Na semana de comemoração do Dia Internacional da Dança, o iBahia apresenta três artistas baianos que desafiam os paradigmas dessa arte. Eles transformam os movimentos em expressão de resistência e provam que a dança desempenha um papel fundamental na promoção da diversidade e na quebra de estereótipos.
NINFA CUNHA
Ninfa Cunha é dançarina, produtora e gestora de cultura em Salvador. Nasceu com uma síndrome rara que “limita” de forma significativa a mobilidade. Após um diagnóstico de diabetes, Ninfa buscou a dança como exercício terapêutico e se descobriu dentro da arte.
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O que era um momento terapêutico se tornou algo sério, e ela decidiu pela primeira vez inscrever uma coreografia no Festival Internacional Dança Bahia. A estreia de sucesso de Ninfa Cunha aconteceu no palco do Teatro Yemanjá, que ficava no antigo Centro de Convenções.
Hoje, ela é uma das maiores referências da dança e da luta pela inclusão em Salvador. Além disso, Ninfa atua como coordenadora do Espaço Xisto Bahia e integrante do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência (Coede).
EDU O.
Educador, coreógrafo e dançarino, Edu O. representa uma dança única, trazendo possibilidades com corpos múltiplos e diversidade. Sempre questionador e pesquisador do corpo dentro da dança, ele iniciou a trajetória artística cursando Belas Artes na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Ao longo do tempo, fundou um espaço cultural temporário na casa onde vivia, localizada na cidade de Santo Amaro, interior da Bahia. O projeto se chamava “Jardim de Judite”. Por causa da repercussão criada a partir do projeto, Eduardo começou a trabalhar na “Kendôco Dance Company” e logo ganhou destaque internacional.
O artista já idealizou e produziu espetáculos como “Odete, traga meus mortos”, que trouxe o artista Lucas Valentim, vencedor do Prêmio Festival Viva Dança 2010, do Teatro Vila Velha; “O Corpo Perturbador”, e “Ah, se eu fosse Marilyn”.
Hoje, Eduardo é professor na Escola de Dança da UFBA, primeiro docente cadeirante da instituição e talvez do Brasil.
JOSY BRASIL
Josimare de Cristo Reis, mais conhecida como Josy Brasil, é referência de fé e persistência na dança. O nome artístico veio da Europa, onde ela morou por mais de 14 anos e trabalhou como passista.
Para seguir o sonho, a baiana de Alagoinhas embarcou para a Itália com apenas 19 anos. Na cidade de Bérgamo, ela se formou em Comunicação. Depois, abriu uma empresa e passou a gerenciar a carreira de artistas brasileiros na Itália.
Pouco tempo depois, Josy sofreu um acidente grave quando estava em um carro na cidade de Milão e o impacto da batida lesionou vértebras e a médula. Ela retornou para o Brasil e, entre tratamentos e fisioterapias, percebeu que a maior saudade que tinha era dançar.
Ela não desistiu. É na dança que Josy Brasil é feliz. Mesmo depois do acidente, a persistência e a paixão levaram ela de volta à arte. Ela se inscreveu no concurso de Deusa do Ébano, marcando a história como a primeira participante do concurso a concorrer em cima de uma cadeira de rodas.
Isadora Gomes
Isadora Gomes
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