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Dia do Circo

Circo Picolino fomenta arte circense há 39 anos em Salvador

No dia do circo, o iBahia entrevistou Marcelo Galvão - um dos fundadores do projeto Picolino. Ele falou sobre os desafios e novos espetáculos

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Isadora Gomes

27/03/2024 às 18:10 • Atualizada em 01/04/2024 às 14:31 - há XX semanas
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Próximo a brisa-mar e transmitindo a ancestralidade circense para muitos artistas baianos, o Circo Picolino já tem 39 anos fomentando a arte. Nesta quarta-feira (27) é celebrado o Dia do Circo, e o iBahia ressalta a contribuição histórica e resistência de um dos circos mais importantes de Salvador.


				
					Circo Picolino fomenta arte circense há 39 anos em Salvador
Circo Picolino fomenta a arte circense há 39 anos em Salvador. Foto: Divulgação

O Circo Picolino carrega a história do muitos artistas que desbravaram suas potências artísticas. Por isso, entrevistamos Marcelo Galvão, um dos colaboradores do circo ao lado de Luana Tamaoki Serrat, Nina Porto e outros. Ele falou sobre os desafios que é manter o circo em uma cidade puramente musical.

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"O nosso desafio realmente é manter o circo vivo, é uma escola de circo social que atende às comunidades, que profissionaliza...O Circo Picolino manda profissionais para o mundo todo, ela formava em torno de 200 crianças adolescentes e jovens por ano. Então, precisamos voltar ativa com a escola, com a escola social, com o curso profissionalizante. Então, acho que esse é o nosso maior desafio", disse ele.

Hoje, o Picolino é a terceira instituição escola de circo no Brasil. O espaço de resistência ainda oportuniza a criação e troca entre de artistas de circo, dança, teatro e outras artes no aprimoramento de suas habilidades técnicas e expansão da criatividade.

Resistência


				
					Circo Picolino fomenta arte circense há 39 anos em Salvador
No dia do circo, o iBahia entrevistou Marcelo Galvão - um dos fundadores do projeto Picolino. Ele falou sobre os desafios e novos espetáculos. Foto: Divulgação

Com tanta história e contribuição, o circo brasileiro, principalmente o baiano, segue lutando e encontrando diversos desafios para resistir. A falta de apoio e políticas públicas é uma realidade e Marcelo falou sobre o assunto.

"O circo nunca parou, ele sempre tem atividade e a gente tem sofrido muito por falta de apoio, principalmente de políticas públicas. Apoio do poder público, apoio do poder privado para investir nessa instituição, que é a única a formar pessoas em Salvador, Bahia, em circo. Estamos precisando mesmo de apoio, apoio social da sociedade, apoio federal das políticas e apoio também de empresas privadas", disse Marcelo.

No momento, o Circo Picolino está utilizando verba concedida no edital de apoio de ações continuadas - espaços artísticos, da Fundação Nacional de Artes (Funart). A partir dela que parte da infraestrutura está sendo revitalizada. A arquibancada foi demolida por conta do comprometimento estrutural, mas ainda não há previsão para reconstrução.

"A gente está fazendo a requalificação do circo, pequenas reformas. Então, baixamos a lona, vamos pintar a lona, temos novos mastros, novas cordas, estamos ajeitando o que é possível fazer dentro do pequeno orçamento desse projeto que foi aprovado pela FUNART."

Situação atual do Circo Picolino

O Circo e a Escola Picolino encontram-se em um grande canteiro de obras da requalificação de Pituaçu. De acordo com Marcelo Galvão, as obras prejudicam às aulas e atividades. Mas, durante o bate papo, ele ressaltou que a ansiedade não é pelo fim da obra e pela entrega de um novo circo.

"Tem uma pretensão da Prefeitura de dar para gente um novo circo agora em dezembro. Então, tamo aguardando isso, vai ser incrível. Merecedor da Picolino, merecedor para a cidade de Salvador, ter esse espaço cultural."


				
					Circo Picolino fomenta arte circense há 39 anos em Salvador
Circo Picolino fomenta arte circense há 39 anos em Salvador. Foto: @axcoisasft

O Picolino é esse grande imaginário incomum quando se pensa Circo em Salvador, na sua maior potencialidade. Ao longo de seus quase 40 anos de fomento, a Escola Picolino desempenha um papel fundamental na Bahia, oferecendo uma formação nas artes circenses. Não apenas isso, mas também exportou talentosos artistas para renomadas companhias em todo o mundo, incluindo o Cirque du Soleil.

Nas últimas quase três décadas, graças ao empenho de Anselmo Serrat e Clóvis dos Santos, e tantos outros, o Picolino preencheu uma lacuna crítica no panorama educacional e artístico em Salvador, garantindo que as artes circenses, com toda a sua riqueza e diversidade, tenham um espaço para crescer e prosperar.

"A gente tá na expectativa agora de reabrir o Picolino em abril, para aulas públicas, particulares, espetáculos e outras artes. Hoje é um dia de muita luta para deixar o circo vivo. "

Campanha do Picolino

Para acelerar as obras de manutenção, o Picolino está com uma campanha para arrecadação de valores. "A campanha que a gente está fazendo agora é uma campanha muito importante, porque a gente acabou retirando a arquibancada", informou Marcelo.

Nas redes sociais, o grupo divulgou um vídeo explicando a situação e pedindo as doações. A publicação foi feita nesta quarta (27) e já tem mais de 500 curtidas. Confira abaixo como doar.

As origens e herança do Circo Picolino

O Circo Picolino nasce dentro de outro circo, o Troca de Segredos. O casal Anselmo Serrat e Verônica Tamaoki recém chegados em Salvador, com o grupo Tapete Mágico, em 1985, criam a Escola Picolino. Com eles, a filha Luana Tamaoki Serrat, que em comunhão com um grande coletivo de artistas administram o espaço, entre elas Nina Porto e Any Gonçalves, ambas filhas de artistas também circenses e que fazem parte da história de resistência que é o Picolino, uma herança e patrimônio material e imaterial do circo na Bahia.

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