A história e fundação da primeira capital do país pode ser contada de várias formas. Seja pelo lado social, político, das batalhas que tivemos aqui e até da evolução urbana. Mas, em 2023, vamos fazer esse tour a partir das igrejas. Sabe aquele ditado de que temos uma igreja para cada dia do ano. Pois bem, ele é real.
De acordo com a Arquidiocese de Salvador, a cidade possui 372 igrejas, que foram construídas ao longo desses 474 anos. Então, já deu pra perceber a importância que esses espaços possuem ao longo dessa cidade e na construção histórica.
Agora, um questionamento: como falar da fundação de tantos espaços? Como são mais de trezentos, convidamos o historiador Ricardo Carvalho para nos ajudar nessa missão. E após uma análise, chegamoso a cinco igrejas que são pontos turísticos e remontam, em essência, a história de Salvador. Vamos nessa? Boa viagem no tempo!
Igreja de Nossa Senhora da Graça
A Igreja de Nossa Senhora da Graça é a primeira do país. Ela é resultado de uma visão da índia Catarina Paraguassú, mulher do português Diogo Álvares – o Caramurú – em 1535. Edificada em 1645, em alvenaria de pedra e tijolo, o conjunto arquitetônico se desenvolveu em torno de um claustro e em 1770 sofre grandes reformas.
O local foi palco das primeiras histórias de fundação da capital baiana e do país. Além disso, guarda restos mortais de Catarina e também da primeira vítima de feminicídio do país. Mas, essa história quem vai contar é Ricardo Carvalho. Assista abaixo:
Catedral Basílica do Santíssimo Salvador
Construída a partir de 1657, a Catedral Basílica do Santíssimo Salvador é a igreja 'mãe' de todas as outras igrejas da cidade. Ela levou 18 anos para ser erguida e hoje, é considerada uma preciosidade histórica. Através das suas obras de arte, a igreja revala parte do que a sociedade soteropolitana viveu no período do Brasil Colônia.
A estrutura é um dos acervos mais importantes do país, quando o assunto é arte sacra. E além disso, é sede do Arcebispado primaz do país. Em termos práticos, quando os jesuítas chegaram a Salvador, em 1549, com Tomé de Souza, eles fundaram uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Ajuda. E é essa estrutura que foi sendo revitalizada até os dias atuais. Vale ainda pontuar que ao lado dela, temos a primeira faculdade de medicina do Brasil.
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Igreja de Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia
A história da Igreja de Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia é digna de filme. Ressaltamos isso, porque ela é considerada um elemento que evoluiu junto com a cidade. Originalmente, a igreja que presta homenagens à padroeira da Espanha foi construída pelos seus descendentes em 1700.
Ela é toda adornada com estrelas douradas até no teto e nas paredes tem azulejos trazidos pelos colonizadores espanhóis, pintados em azul. As reformas foram acontecendo ao longo do tempo, mas a virada aconteceu há um século e meio atrás. A capela de Santa Luzia ficava na Avenida Contorno. Isso mesmo, mais precisamente onde hoje funciona o Solar do Unhão. Entretanto, por conta de um incêndio, a imagem foi transferida. E os estudos revelam que, após a mudança da imagem, surgiu um minadouro de água nos fundos da igreja.
O altar da construção histórica começou a ser partilhado a partir do milagre concedido a um senhor que banhou os olhos nessa fonte. Curioso, né? O local ainda abriga um cemitério ancestral. Confere só no que Ricardo Carvalho falou sobre isso:
Basílica
Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Praia
A Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, foi construída em 1549. Sua matriz foi elevada anos depois, em 1623, mas em linhas gerais é uma das paróquias mais antigas da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.
Um dos pontos de destaque dela, além de ser palco de duas das principais festas populares da cidade, é que o projeto da estrutura. Ele foi todo montado na Europa. E em estilo barroco, foi feita de pedra de Lioz trazida de Portugal e coladas com óleo de baleia. Essa obra dutou 300 anos, envolvendo três gerações de artesãos. Acredita?! Então, confira abaixo, o Ricardo Carvalho relatou sobre essa construção histórica.
Basílica Santuário de Nosso Senhor do Bonfim
A última, e não menos importante, é a Basílica Santuário do Senhor do Bonfim. A devoção nasceu ao nosso Senhor começou aqui a partir de uma promessa feita por Theodózio Rodrigues de Faria, capitão-de-mar-e-guerra da marinha portuguesa - e que se cumpriu.
Em 1772, as obras da capela foram concluídas. E no ano seguinte, a festa litúrgica do Bonfim, que nós conhecemos, iniciou. A regra segue a mesma de anos atrás - se homenageia o Senhor do Bonfim sempre no segundo domingo do mês de janeiro. Confere só nas curiosidades dessa história citadas pelo historiador.
Mayra Lopes
Mayra Lopes
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