Afonso Florence confia em medidas para resolver impopularidade

No dia seguinte às manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff em todo o país, o deputado federal Afonso Florence (PT) avaliou a mobilização como reflexo da “estabilização da democracia”. Em entrevista ao Conexão CBN desta segunda (17), o parlamentar afirmou que houve evolução institucional dos movimentos de oposição e de situação, em referência aos protestos organizados pelas centrais sindicais, previstos para o próximo dia 20, em defesa do mandato da presidente. “A nossa avaliação é que não se justifica o impeachment, não é oportuno, não faz bem para o Brasil. A impopularidade do nosso governo decorrente das medidas econômicas será revertida na medida em que os resultados positivos venham a ser sentidos e isso se dará a partir do final desse ano”, garantiu. Enquanto os resultados positivos não aparecem, os poderes executivo e legislativo vivem uma grave crise política, fomentada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Ele imputa ao governo federal a possibilidade de retirar seu nome das investigações da operação Lava Jato. Todo mundo tem de ser investigado quando há uma denúncia, o ônus da prova cabe à acusação. Cunha precisa se explicar para a opinião pública e se defender judicialmente”, opina. Florence associa essa “exigência” do peemedebista às votações propostas por ele na casa. “Ele coloca na pauta da Câmara medidas no mínimo controversas: estatuto do desarmamento, redução da maioridade penal, terceirização. O que ele está fazendo pode prejudicar a vida do brasileiro”, afirma. E complementa: “Essa é uma briga dele por um motivo que não se justifica, por isso eu acho que ele tenha sido isolado dentro do PMDB”. Sucessão municipal Apesar da forte pressão que o PT vem sofrendo, o deputado federal Afonso Florence considera que a sigla pode ter nomes concorrendo às eleições municipais do próximo ano. “Se analisarmos, mais de 20% do eleitorado brasileiro pensa em votar em candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018”, afirmou sem citar a fonte dos dados. Questionado sobre os nomes prováveis para a disputa, citou o senador Walter Pinheiro, o secretário do Turismo do Governo da Bahia, Nelson Pelegrino, o deputado federal Valmir Assunção e o ex-ministro Juca Ferreira. “Sigo a orientação do meu partido, de Rui Costa e de Jaques Wagner. Temos condições de apresentar candidatura e liderar uma coalizão que pode ser vitoriosa em Salvador”, disse. Florence admitiu a possibilidade de a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) ter o nome aceito numa coligação com o partido dos trabalhadores. “É uma postulação legítima e objetiva, mas o PT também tem postulantes legítimos”, comparou. O Conexão CBN vai ao ar às segundas-feiras, com apresentação de Emmerson José, Clécio Max, Sérgio Costa, Raul Monteiro e Osvaldo Lira, das 9h às 10h.