Quem quer adquirir um imóvel novo e aproveitar descontos, que podem chegar a até 30%, tem à disposição 8.256 mil unidades em oferta na Bahia – estoque que deve ser zerado até o final do ano. Dessas, 3.571 estão na planta, 3.315 em obras e 1.470 prontos. Segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), que divulgou ontem (23) o balanço do setor, a maioria destes imóveis é unidade de dois quartos e com preços de até R$ 250 mil.Em Salvador, as 5.316 unidades estão distribuídas por regiões, principalmente na área da Paralela. “O momento de comprar é agora. Tem empresa vendendo imóvel abaixo do valor de custo. A metade dessas unidades está com o preço muito baixo”, assegura o presidente da Ademi-BA, Luciano Muricy.
Quem deixar para depois pode acabar pagando mais caro, adverte Muricy. Isto porque a estimativa é que os imóveis que ainda serão lançados este ano chegam ao mercado até 30% mais caros, avisa o presidente da Ademi-BA. Ele acredita que o estoque atual será vendido este ano, o que vai reduzir a oferta no mercado e elevar os preços dos novos lançamentos. De acordo com dados da Ademi-BA, Salvador teve o pior resultado de venda de imóveis desde 2009, quando as vendas caíram quase 40% comparadas com 2014. Na Bahia, a queda foi em torno de 7%. “As incorporadoras e construtoras estão em um momento difícil, que a gente precisa urgentemente superar”, ressalta Muricy. O aumento da taxa básica de juros, que está atualmente em 14,25%, foi mais um dos fatores que contribuíram para o cenário de queda, como aponta Muricy. “Isso prejudicou a caderneta de poupança, fonte de recurso para o financiamento de imóveis de classe média e classe alta. Na prática, o dinheiro para crédito imobiliário ficou menor e com taxas de juros mais altas”, disse. O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA), Samuel Prado, concorda que o impacto da taxa de juros inibiu as vendas. “Fica inviável conseguir fechar um negócio. Precisamos que o governo reduza as taxas para estimular a venda e dar uma esperança de recuperação para o setor”, analisa. Expectativas Para Luciano Muricy, a saída do mercado imobiliário para conseguir respirar diante da crise está no investimento de empreendimentos contemplados dentro da faixa de financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). “Outras empresas além da Tenda e da MRV devem embarcar nesse negócio. Tem muito mercado aqui na Bahia para isso”, acredita. As unidades do programa Minha Casa Minha Vida no estado chegaram a corresponder a 94% dos lançamentos de imóveis registrados pela associação no ano passado. Entre os 4.285 mil lançamentos, 3.974 mil foram do MCMV. Das unidades vendidas no ano, mais da metade foram financiadas pelo programa federal. “Pela primeira vez, o Minha Casa Minha Vida teve um resultado tão impactante nos resultados da Ademi. As unidades com poder de compra menor foram as mais atendidas”, explica o diretor de Marketing da associação, José Azevedo. “É um financiamento muito atrativo, principalmente pela taxa de juros, por isso o Minha Casa Minha Vida teve uma participação quase que total”, completa. A previsão é que o volume de 5 mil unidades que devem ser lançadas em 2016 na Bahia esteja dentro desse segmento. “Os lançamentos que irão acontecer serão todos do Minha casa Minha Vida. Pouquíssima coisa será acima dessa faixa de valor”, assegura ainda Luciano Muricy. A discussão em torno da aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PPDU) e do envio do projeto da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (Lous) para a Câmara de Vereadores também pode melhorar o desempenho dos números do setor, acredita o presidente da Ademi-BA. “Está claro que a gente precisa ocupar locais como a orla marítima, por exemplo, com mais racionalidade, estudo e verticalizá-la com responsabilidade”, analisa o dirigente. Ademi aposta em unidades de baixo custo Nem mesmo a possibilidade de cortes que o governo federal pretende fazer no Programa Minha Casa Minha Vida desanima o mercado imobiliário, que aposta nos imóveis de baixo custo. “Estamos de olho nos empreendimentos paa as faixas 2 e 3, com financiamento baseado no FGTS”, afirma o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy. A faixa 2 contempla pessoas com renda mensal entre R$ 2.350 mil e R$ 3,6 mil; na faixa 3, a renda é entre R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil. “É preciso mais investimento em infraestrutura para viabilizar mais unidades”. Descontos e promoções impulsionam as vendas do setorO consumidor também tem barganhado descontos na hora de comprar um imóvel. De acordo com o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), 30% dos imóveis vendidos em 2015 foram negociados com a oferta de alguma promoção ou algum tipo de desconto. “Os preços alcançaram um patamar de competitividade que ficaram muito abaixo do valor do imóvel por conta da necessidade de zerar as unidades remanescentes”, afirma Muricy. No Brasil, um estudo da FipeZap - Índice de Preços de Imóveis Anunciados no Zap Imóveis – apontou que o total de unidades comercializadas com descontos em dezembro alcançou patamar inédito de quase 78%, contra 70,8% no mesmo mês de 2014. Mesmo com a recessão econômica, o interesse em adquirir imóveis é grande. Ainda de acordo com a pesquisa da FipeZap, o percentual de respondentes que declararam ter intenção de adquirir um imóvel nos próximos três meses subiu de 40%, registrados na pesquisa anterior, para 43%, em dezembro do ano passado.
José Azevedo e Luciano Muricy, da Ademi-BA, acreditam que há boas oportunidades no mercado |
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