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Baiana luta para reaver filha levada pelo pai para Portugal

Enquanto montava a árvore de Natal com a filha, Adriana foi surpreendida em casa, no bairro de Vila Laura, por agentes federais e um oficial de Justiça

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22/12/2011 às 12:39 • Atualizada em 04/09/2022 às 12:26 - há XX semanas
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A diplomacia e a opinião pública são as únicas esperanças da estudante de direito Adriana Rocha Botelho, 37 anos, na batalha que enfrentará para tentar reaver a guarda da filha Renata, 6, repatriada para Portugal. Na segunda-feira, a menina foi levada de Salvador pelo pai, o empresário português José Eurico Rodrigues Santana, devido a uma decisão da Justiça, suspensa anteontem pelo desembargador José Amílcar Machado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília. De acordo com o advogado e irmão da universitária baiana, Cléber Botelho Júnior, apesar de rápida, a decisão do TRF1 não chegou a tempo de impedir o embarque da garota. Pai de Renata, ele foi beneficiado com uma sentença dada pela juíza substituta Ana Carolina Dias Lima Fernandes, da 11ª Vara Federal, em Salvador.
Adriana e Renata: garota foi levada para Portugal após decisão judicial
“Como Portugal tem soberania para não acatar a decisão da Justiça brasileira, por se tratar de um cidadão português, o caso vai se desenrolar através da diplomacia, que vai tentar (no país o europeu) o cumprimento da determinação judicial. Fora isso, vamos mobilizar a opinião pública”, afirmou Botelho Júnior. A defesa da universitária baiana será feita pela Defensoria Pública da União na Bahia. O caso veio à publico anteontem, após declarações dadas pela família da estudante ao site Bahia Notícias. De acordo com o irmão de Adriana, ela se casou com Santana e foi morar em Portugal em 2003, dois anos antes do nascimento de Renata. Ao longo do tempo em que conviveu com o empresário, a estudante alega ter sido vítima de agressões praticadas pelo marido. Em dezembro de 2010, com o casamento desgastado, Adriana viajou com a filha para a Salvador, com autorização dada pelo marido. Contudo, após sua chegada, ela decidiu que não voltaria mais para Portugal. “Ela era humilhada com frequência pelo meu ex-cunhado e não se sentia segura lá”, relata Botelho Júnior. Avisada da decisão pela estudante, Santana veio à Salvador no início deste ano para tentar uma reconciliação com a mulher. Não conseguiu. Santana, então, teria ameaçado a universitária, que ganhou na Justiça estadual a guarda provisória da garota e o direito de manter o português afastado do lar. O empresário ingressou na Justiça Federal em fevereiro de 2011, com um processo para repatriar Renata. Na segunda-feira, enquanto montava a árvore de Natal com a filha, Adriana foi surpreendida em casa, no bairro de Vila Laura, por agentes federais e um oficial de Justiça. “Ela teve que obedecer e quase não teve direito a se despedir de Renata, entreguei no Consulado Português”. A família questiona a data da decisão, um dia antes do recesso do Judiciário, mostra provas de que o empresário sabia de antemão da sentença em seu favor e lamenta que tenha sido o governo brasileiro, através da Advocacia Geral da União, o autor da ação contra uma cidadã do próprio país, em um processo no qual, segundo a família, ela sequer foi ouvida.

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