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Baiana suspeita de volta de câncer no ovário e descobre gravidez

A pequena Olga, que hoje tem 3 anos, era o grande sonho da dentista Natália

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Redação iBahia

21/07/2023 às 22:12 - há XX semanas
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					Baiana suspeita de volta de câncer no ovário e descobre gravidez
Foto: Arquivo Pessoal

A dentista Natália Melo Falcão, de 34 anos, moradora de Salvador, venceu um câncer no ovário e dois anos depois desconfiou que o tumor poderia ter voltado, com a descoberta de um cisto. Mas, para a surpresa dela, soube que estava grávida quando foi fazer uma ultrassonografia para investigar a suspeita da doença.

A filha de Natália, Olga Melo Falcão, que hoje tem 3 anos, era o grande sonho da dentista. Ela nasceu saudável e o cisto que assustou a mãe sumiu desde então.

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"Apesar do susto diante do diagnóstico, mantive em Deus a fé de que o realizaria. Além disso, meu cirurgião oncológico, o doutor André Bouzas, me passou muita segurança desde a primeira consulta", contou Natália ao G1.

Esse tipo de tumor é raro em mulheres em idade reprodutiva e o tratamento mais indicado costuma ser a remoção completa do aparelho reprodutor. Porém, como a baiana planejava uma gravidez futura, o médico explicou que seria possível optar por um procedimento conservador e assim foi feito.

Mesmo com a remoção do ovário e trompa direitos de uma parte do ovário esquerdo e do peritônio afetados pelo tumor, a tão esperada gravidez foi possível.

"Sigo fazendo o acompanhamento, para ter certeza de que não há recidivas, mas estou ótima, saudável e acompanhando o restinho de ovário que ainda tenho”.

Doença pode acometer mulheres jovens

De acordo com o diretor do núcleo de cirurgia oncológica do IBCR (Instituto Baiano de Cirurgia Robótica), André Bouzas, o câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero, e é muito mais frequente em mulheres acima dos 50 anos. No entanto, a doença pode aparecer em mulheres jovens, com características diferentes.

“Alguns tumores têm crescimento mais lento enquanto outros são mais agressivos. Pode haver consequências indesejadas na idade fértil, mas em muitos casos a fertilidade pode ser preservada”, afirmou o médico.


				
					Baiana suspeita de volta de câncer no ovário e descobre gravidez
Foto: Divulgação

Veja abaixo alguns fatores de risco para a doença:

  • história familiar;
  • fatores genéticos;
  • idade avançada;
  • excesso de gordura corporal;
  • Sintomas e diagnóstico

Os sintomas do câncer de ovário podem ser inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Entre os sinais comuns, estão o desconforto e inchaço abdominal, perda de apetite e mudanças no hábito intestinal e urinário.

“Infelizmente, o câncer de ovário é, muitas vezes, diagnosticado em estágios avançados, o que pode afetar negativamente as taxas de sobrevivência. Quanto mais cedo a doença for descoberta, maiores são as chances de sucesso do tratamento”, afirmou André Bouzas.

As etapas comuns no diagnóstico incluem:

  • histórico da paciente e exame físico;
  • exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal, tomografia computadorizada ou ressonância magnética;
  • exames de sangue;
  • biópsia para confirmar o diagnóstico;
  • estadiamento da doença, que determina o quão avançado está o tumor e se ele se disseminou para outras áreas do corpo (caso o câncer de ovário seja confirmado).

				
					Baiana suspeita de volta de câncer no ovário e descobre gravidez
Foto: Freepik

Tratamento

A abordagem multidisciplinar, combinando cirurgia, quimioterapia e terapias-alvo, tem mostrado resultados promissores, proporcionando uma melhor qualidade de vida e sobrevida para muitas pacientes. Após a confirmação da doença, o tratamento é cirúrgico. No entanto, quando a paciente está na idade fértil e ainda não tem filhos, a preservação da fertilidade precisa ser considerada.

“Todas as opções devem ser discutidas com a paciente. A decisão deve levar em consideração o estágio do câncer e a chance da doença voltar caso o útero não seja retirado”, explicou o cirurgião oncológico.

As opções cirúrgicas são variadas e a escolha depende do estágio da doença, do tamanho e localização do tumor, da idade e condição física da paciente, entre outros fatores. A cirurgia de citorredução (debulking) é o procedimento primário para a maioria das pacientes com câncer de ovário avançado.

O objetivo é remover o máximo possível do tumor e das áreas afetadas, como o ovário, trompas de Falópio, útero e outros órgãos ou tecidos comprometidos.

Já a histerectomia total envolve a remoção completa do útero. A retirada dos ovários e trompas de Falópio (ooforectómica) remove o tecido cancerígeno e reduz o risco de recorrência em pacientes com câncer de ovário em estágios iniciais ou para mulheres com alto risco de desenvolver a doença devido a mutações genéticas.

O cirurgião oncologista afirmou ainda que a cirurgia robótica é um avanço cada vez mais indicado para tratar boa parte dos casos de câncer de ovário, especialmente quando o objetivo é a remoção dos órgãos afetados de forma menos invasiva.

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