A baleia que encalhou duas vezes, neste mês de julho e foi filmada por moradores parecendo 'chorar' por causa do encalhe, morreu nesta segunda-feira (17). A informação foi confirmada pelo Projeto Baleia Jubarte. Segundo informações de Gustavo Rodamilans, veterinário e coordenador do projeto, o animal estava com uma luxação ou fratura em uma das nadadeiras, e isso dificultou o retorno dela para o mar.
Ainda não há informações sobre a remoção do animal. Ainda segundo o coordenador, na sexta-feira (14), foram feitas três tentativas de reboque. Mas, ele se desvencilhou da fita em todas elas.
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O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e Marinha do Brasil acompanharam a tentativa de desencalhe. Na ocasião, foram coletados materiais para análises. O objetivo foi tentar diagnosticar possíveis doenças no animal, que inclusive podem ter contribuído para o encalhe.
Um documento emitido pelo projeto indica que apesar do desencalhe não ter ocorrido, a baleia foi realocada a cerca de 300 metros de distância do ponto que foi encontrada. Portanto, os especialistas conseguiram levá-la para um lugar menos raso.
A baleia encalhou pela primeira vez no dia 8 de julho. Desde então diversos desencalhes e tentativas de desencalhes foram executados por especialistas e por moradores da região.
No domingo (16), a baleia foi filmada por moradores de São Francisco do Conde, cidade da Região Metropolitana de Salvador, na praia do Caípe, próximo a Refinaria de Mataripe. Na imagem, o animal parecia chorar por causa do encalhe e um dos moradores relata: "dá até para ver as lágrimas".
Em entrevista ao iBahia, Victor Bandeira, que também é coordenador do Projeto Baleias Soteropolitanas, contou que, na verdade, o líquido é um óleo produzido por glândulas.
"A gente tem essa glândula lacrimal no canto do olho e tem o ducto nasolacrimal. Os cetáceos [nome científico usado para classificar os mamíferos marinhos], quando começam a desenvolver na fase embrionária, eles têm esse ducto. Depois, nos adultos, eles se tornam não funcionais. Então, ele não produz lágrima. Mas ele tem uma glândula na pálpebra que produz um óleo, que é para lubrificar o olho contra ressecamento", disse o biólogo.
Segundo o especialista, o vento e outros fatores aos quais a baleia foi exposta podem ter contribuído para que ela produzisse o óleo. "Como ela está na terra, aí tem vento e tudo mais, isso acaba ressecando os olhos. Então, produz esse óleo para proteger o globo ocular mesmo".
Redação iBahia
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