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Choque de gerações no trabalho:como se aproveitar desta realidade

Especialista fala sobre a situação tão comum nos dias atuais

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24/04/2013 às 12:52 • Atualizada em 27/08/2022 às 4:06 - há XX semanas
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A convivência entre gerações diferentes, trabalhando juntas, é cada vez mais comum nas empresas. Mas, o que acontece quando o chefe é um dos funcionários mais jovens? Em muitos casos essa não é uma situação confortável, para nenhum dos lados. Os tempos mudaram e a ideia da carreira como um longo caminho que se constrói ao longo de anos, não funciona para todo mundo. Muitas vezes, competências, habilidade e conhecimentos diferenciados contam mais do que décadas de bons serviços prestados. Então, como agir quando um jovem colega ou algum talento recém contratado nos é apresentado como o manda-chuva do pedaço? Sob o outro ponto de vista, como agir quando você é alçado a um cargo de chefia e passa a liderar um grupo com mais experiência que você? Se você observar, verá que acontecimentos desta natureza não são mais exceções. Eu, por exemplo, conheço alguns bons exemplos. Também se multiplicam matérias a esse respeito, tal como a coluna desta semana. Julguei importante trazer essa discussão para a coluna da ValoRH após tê-la encontrado, nas últimas semanas, em publicações respeitáveis como a The Economist, a Revista Forbes e o Wall Street Journal Carreer. Uma pesquisa realizada em 2010, com cinco mil pessoas, nos Estados Unidos, pelo website de empregos “CareerBuilder” constatou que 43% dos entrevistados acima de 35 anos trabalhavam para chefes mais novos. Pesquisa semelhante feita no Brasil, quatro anos antes, pela consultoria Lens & Minarelli, envolvendo 250 executivos, mostrou que o percentual que tinha ou que já teve um chefe mais jovem, já era maior (51%). A mesma pesquisa revelou que 63,9% destes enfrentaram algum tipo de dificuldade com a experiência e que 61,9% dos entrevistados, se pudessem escolher, dariam preferência a chefes mais velhos
A desconfiança quanto à competência do novo chefe e a sensação de que foi preterido ou de que seu esforço não foi reconhecido e que, provavelmente, “seu tempo já passou”, são as principais explicações para essa rejeição, por parte dos funcionários mais antigos. As matérias que tenho lido focam muito nas diferenças entre os estilos de trabalho, perceptíveis entre representantes de gerações distintas. A questão do trabalho presencial, por exemplo: para os novos profissionais importa mais que o trabalho seja feito no prazo do que “aonde” ele está sendo feito. A tecnologia pode também ser um ponto de separação. Os trabalhadores mais jovens são mais intuitivos quando se trata de computadores e aplicações de software, enquanto os trabalhadores mais velhos, que não cresceram na era da internet podem levar mais tempo para adotar novas tecnologias. Mas como lidar e se beneficiar dessas situações? Se você é o liderado, comece aceitando que o seu novo chefe deve ter o seu valor e tente entender quais as habilidades e competências que ele possui e que lhe podem ser úteis. Trate-o como a qualquer outro chefe, ter uma postura reativa não o levará a lugar algum, tente perceber as novas oportunidades que poderá ter por trabalhar com alguém mais novo, a exemplo da nova energia e dinamismo que ele trará para o ambiente de trabalho e a possibilidade que se abrirá para explorar novas ideias. Não tenha receio em falar sobre a sua trajetória e informá-lo sobre as suas melhores competências. Talvez ele precise de ajuda e colocar-se à disposição é um bom começo. Mas cuidado, a diferença entre oferecer apoio e tentar influenciar é muito tênue. Aprenda novos truques, principalmente no que diz respeito aos novos meios de comunicação e ao uso da tecnologia. As novas gerações se utilizam muito mais de mecanismos como torpedos, mensagens por computados e redes sociais.
"O novo chefe não deve ter problema em aprender com a experiência dos outros"
Já o novo chefe deve reconhecer o valor da equipe e não ter problema em aprender com a experiência dos outros. É importante saber ouvir e aproveitar a experiência dos liderados. Procure conhecer cada membro da equipe, de verdade! Quem são? Há quanto tempo estão na empresa? Quais as suas expectativas? Como se sentem com a sua chegada? Ainda que as respostas não sejam absolutamente verdadeiras, você obterá informações impossíveis de serem percebidas nos currículos e demonstrará abertura e espírito de grupo. Mas, para os líderes, sem dúvida, o maior desafio é conseguir provar a sua competência. Saiba que você será testado, de todas as formas. Prepare-se para isso. Pode ser que você não conheça todos os detalhes e nuances operacionais do seu setor mas, enfatize as suas qualidades e jamais demonstre insegurança. Esse seria um erro irreparável. E, por fim, cuidado com o ego. Ocupar um cargo de responsabilidade com pouca idade não é para muitos e a tentação de se vangloriar deste fato é muito grande. Manter a humildade e se lembrar de que nada é conseguido sem a equipe podem lhe ajudar a manter os pés no chão. Em suma, por qualquer ótica que se analise, essa nova realidade é uma via de mão dupla, tanto em suas implicações quanto em suas possibilidades de convivência. Manter os canais de comunicação abertos e um intercâmbio regular de ideias permite um ambiente mais criativo e menos tenso, e permite que cada um possa mostrar o seu valor. Donald Trump escreveu recentemente em seu blog "os trabalhadores mais jovens podem trazer novas idéias e novas técnicas, os trabalhadores mais velhos trazem discernimento e conhecimento incrível." Você está trabalhando para um chefe mais jovem ou atualmente lidera uma equipe mais experiente que você? Compartilhe conosco a sua experiência. Deixe-nos saber o que você pensa! Leia as colunas anteriores: Quer fazer intercâmbio? Prepare-se para os editais do Ciência sem Fronteiras Profissões saturadas: processar ou produzir? Veja na Coluna ValoRH
Profa. Dra. Carolina Spinola E-mail: [email protected] Consultora da Área de Negócios da ValoRH. Administradora, com mestrado em Administração e Doutorado em Geografia, com ênfase em Desenvolvimento Regional. Professora Universitária e Coordenadora de Curso de Pós-Graduação.

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