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Coluna ValoRH: Olhar para frente

Especialista fala sobre a importância da dedicação

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27/03/2015 às 11:30 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:09 - há XX semanas
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Nesta coluna já falamos bastante a respeito das questões relacionadas à crise política e econômica que nos afligem neste momento, sobre a Pátria Educadora, o desafio da preservação do emprego em um momento de retração econômica e a estratégia de sobrevivência preservação em meio a uma grande incerteza. Algumas personalidades vieram a público comentar que o estado da fotografia da coisa toda é mesmo feio, mas que temos que passar a enxergar o todo como um filme, ou seja, devemos colocar a perspectiva da fotografia como uma sequência em movimento, que vai se desenvolvendo, como um filme. De fato, o filme que se desenrola nos mostra um roteiro requentado. É como uma novela cujo roteiro da década de 70 foi adaptado para os dias de hoje. O remake ou refilmagem, muito comum no mundo das artes pode ser também encontrado com frequência no mundo da política e da economia. Tal fenômeno, no Brasil, é derivado da dificuldade que temos em aprender as lições que a pátria já nos ensinou. Contudo, é possível termos esperança de que os erros de hoje não venham a se repetir infindavelmente. Afinal, errar uma vez é humano, repetir o erro, denota despreparo ou teimosia, mas somente a loucura nos levaria a repetir o erro pela terceira vez. E qual seria este erro ? O Brasil é um país de dimensões continentais e este é um fator que sempre nos levou a acreditar que somos grandes o suficientes para nos bastarmos. Este mesmo pensamento também prospera em nosso vizinho, a Argentina, que sempre acreditou na sua autossuficiência e inevitável destino glorioso. Esta crença remonta a um passado longínquo que deixaremos para os historiadores explicarem, mas em nosso passado recente foi experimentada pelos militares e agora por seus adversários diretos, justamente aqueles que os combatiam. No final das contas, independentemente da coloração política ou ideológica, a crença ufanista da autossuficiência e no Brasil Grande prosperou e foi experimentada duas vezes. Nas duas tentativas o experimento fracassou rotundamente. Não é que sejamos incapazes, muito longe disto, mas o Brasil, por maior que seja, possui apenas 2,8% da população mundial. Supondo que sejamos todos seres humanos iguais e capazes em todo o planeta, não há motivo para supor que sejamos capazes de encontrar muito mais do que 3%, quiçá 4% das soluções, curas, tecnologias e invenções da humanidade. E mesmo se olharmos para o nosso espelho das Américas, os Estados Unidos, o que os diferenciam de nós é sua capacidade de atrair inventores, cientistas, matemáticos e gênios de todo planeta. Ao contrário de nós, ao invés de repelir, eles atraem os concorrentes, e de todos os matizes. Se esta crise servir para alguma coisa, talvez o maior legado potencial seja o de reconhecer que precisamos nos internacionalizar cada vez mais. Novamente, e sempre procurando um gancho favorável na situação do Brasil, o que isto teria a ver com você ? Primeiramente, é reconhecer que para você ser internacional é crucial dominar o inglês. E mesmo isto já não será suficiente e por isto mesmo já seria importante começar a pensar em estudar uma segunda língua. Pode ser o espanhol, que abrange toda a América Latina e Espanha, o francês, que abre oportunidades na França e também a província canadense do Quebec, cuja língua primária é o francês, ou ainda o alemão, que abre muitas oportunidades em um país marcado pela alta tecnologia e que por conta de encolhimento demográfico irá requerer mão de obra especializada. Para os mais dispostos, o mandarim pode abrir outras portas do outro lado do mundo. Não custa também aprender uma linguagem de programação. Atualmente tudo tem que ser programado, de uma forma ou de outra. Estas são algumas das chaves para a internacionalização. O Brasil, para poder prosperar, desta vez terá que se abrir internacionalmente, permitindo a instalação de mais empresas estrangeiras e a injeção de mais tecnologia, técnicas e conhecimentos vindos de fora, seja por meio de máquinas e equipamentos, seja também permitindo que profissionais qualificados internacionalmente interajam, pesquisem e nos capacitem aqui no Brasil. O Brasil, se quiser andar para a frente, agora terá que se abrir e se integrar ao mundo. O modelo Brasil Grande, ufanista, gigante e avassalador, baseado em valores do passado, como combustíveis fósseis, minérios e na produção do Grande Fazendão não são mais suficientes para sustentar o crescimento. Querendo ou não, os formuladores de políticas econômicas e grandes estrategistas logo terão que fabricar argumentos justificar um novo discurso que contemple esta internacionalização. Mas não espere por eles. Antecipe-se enquanto é tempo. É tentador achar que um país tão vasto, com uma população tão grande se baste. É uma ilusão típíca de quem não consegue entender como o mundo funciona. Afinal, sempre é bom lembrar, o resto do mundo é “só” 97% de tudo o que existe neste planeta. Por maior que seja o nosso peso, jamais poderemos prescindir do “resto” do mundo. Até mesmo por uma questão de probabilidade, é muito mais provável que novas tecnologias, técnicas e curas, sejam geradas internacionalmente. Evidentemente, o Brasil tem vocações especiais e particulares, e basta aprofundar e aprimorar aqueles setores em que somos realmente bons e nos quais podemos nos destacar. Em outros setores, como no caso de indústrias que tentamos a todo o custo proteger, e que nada acrescentam de novo ou extraordinário, a não ser custos maiores e desequilíbrio, seria melhor assimilar e internalizar o que já é feito lá fora com muito mais competência. E o país ainda precisa ninar os gêmeos não idênticos, mas muito importantes: gerência e controle. Esta disciplina demanda muito esforço de TI, inteligência de negócios, softwares e pessoal. Não há empresa ou governo, no mundo competitivo de hoje, que seja capaz de se desenvolver sem gerência e controle de última geração. Os bebês controle e geração, devidamente criados e crescidos, são o que precisamos para realmente mitigar os males gêmeos da corrupção e da incompetência, que andam de mãos dadas. E esta última é ainda capaz de gerar prejuízos muito superiores ao da primeira. Fica aqui então a dica para quem quiser se dedicar ao estudo, desenvolvimento e aplicação de tecnologias e técnicas de gestão e controle, este é outro campo que se abre para quem deseja se desenvolver pessoalmente. Para o país andar para a frente, a controladoria do governo terá que ser proativa e não somente agir quando o dano, muitas vezes irreparável e de proporções megatéricas, já não pode ser sanado. O país precisa olhar para a frente e aplicar um pouco de racionalidade econômica, enterrando definitivamente mitos cuja morte já deveria ter ocorrido na virada do milênio.

Sérgio Sampaio E-mail: [email protected] Consultor de TI da ValoRH. Engenheiro, empresário da área de Tecnologia da Informação, proprietário da IP10 Tecnologia.

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