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Na região, há 15 anos, a extração de material radioativo é feita pela estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil ( Foto: Reprodução/Greenpeace) |
O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinaram a suspensão imediata do consumo da água dos poços da região de Caetité e Lagoa Real, no Centro-Sul da Bahia. A decisão ocorreu após a confirmação da contaminação da água do local por alto teor de urânio.Na região, há 15 anos, a extração do material radioativo é feita pela estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Trata-se da única mina de urânio explorada em toda a América Latina. A decisão de apuração imediata da situação foi ordenada diretamente pela ministra Izabella Teixeira, após a publicação, no sábado, de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo denunciando o problema. Além da medida tomada para assegurar a segurança da população, o Ibama informou que a INB poderá ser multada por omitir informações. A reportagem teve acesso a laudos técnicos e despachos que comprovam que a INB realizou duas inspeções em poço na região e encontrou água contaminada com índices do metal pesado mais de quatro vezes superiores ao limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Apesar de ter feito coleta de água em outubro do ano passado e em março, a INB só comunicou a prefeitura de Lagoa Real no fim de maio. No período, não houve comunicação da estatal sobre o caso para o ministério ou o Ibama, órgão responsável por licenciar e fiscalizar qualquer tipo de empreendimento ou denúncia envolvendo material radioativo. A INB nega irregularidades no caso, sob justificativa de que a área do poço contaminado, uma região conhecida como Varginha, está a 20 km de distância de sua mineração e não faz parte da área que deve fiscalizar. No entanto, como denunciado pelo jornal, a própria estatal afirma, em documento disponível na internet, que inspeciona a qualidade da água na região de Varginha, comunidade de Lagoa Real. Segunda a prefeitura de Lagoa Real, a própria INB já havia comunicado os moradores da contaminação da água.