O corpo do homem apontado pela polícia como alvo da chacina ocorrida em Mata de São João, na região metropolitana de Salvador, foi identificado formalmente nesta quarta-feira (30). A informação foi confirmada pela Polícia Civil no final da tarde. Conhecido como Preá, ele se chamava Carlos Augusto Gonzaga dos Santos e tinha 41 anos. O homem foi uma das pessoas que teve o corpo carbonizado no ataque.
Além de Preá, outras sete vítimas já foram identificadas. Entre elas, a ex-sogra e duas ex-cunhadas dele. O crime teve como motivação o ciúmes que o homem suspeito de ser mandante sentia da namorada, que já teve um relacionamento com o alvo do ataque. O homem foi um dos dois mortos na ação que prendeu um terceiro suspeito, que é apontado como autor do crime. Segundo a polícia, uma quarta pessoa é procurada, além da possível identificação de outros envolvidos.
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O caso é apurado pela Delegacia Territorial (DT/Mata de São João), com o apoio do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom). Já foram coletados depoimentos de familiares e testemunhas, além da solicitação de perícia nas armas apreendidas com os suspeitos do crime. Entre elas, um machado, que, conforme a polícia, pode ter sido usado na ação. Também foram encaminhadas para a perícia as roupas usada pelo assassino no dia do crime.
Um homem segue sem identificação no Departamento de Polícia Técnica. O órgão já identificou as seguintes vítimas:
- Clícia Costa Magalhães, de 35 anos;
- Sara Miranda Magalhães, de 56 anos;
- Carla Souza dos Santos, de 17 anos;
- Carlos Augusto Gonzaga dos Santos, de 41 anos;
- Gabriel Souza dos Santos, de 13 anos;
- Bianca dos Santos Almeida, de 18 anos;
- Brenda Bispo dos Santos, de 16 anos;
- Cristiane Bispo dos Santos, de 37 anos
Pelo menos quatro integrantes de uma mesma família estão entre as vítimas. Eles são mãe e irmãos da namorada do suspeito de ser mandante do crime. As vizinhas que ajudaram um dos sobreviventes também são familiares.
Segundo apurações do g1, Bianca, Brenda e o adolescente de 12 anos que sobreviveu e está internado em estado gravíssimo no Hospital Geral do Estado (HGE) são filhos de Cristiane. A mulher e as filhas morreram carbonizadas em uma das casas, junto com outras três pessoas, incluindo Preá. O menino teve 85% do corpo queimado, segundo informações apuradas pelo g1, porém escapou da morte com um bebê de 1 ano.
O adolescente só se salvou porque foi ajudado por Sara Miranda Magalhães e Clícia Costa Magalhães, que eram irmãs e vizinhas da família. Elas foram baleadas, mas o menino conseguiu se esconder. As duas foram apontadas como heroínas pela delegada Christiane Inocência Coelho, que é diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom). O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (28).
Candidata a vereadora
Quase 10 anos antes do crime, em 2016, Sara foi candidata a vereadora do município. Na época, a baiana se autodeclarou preta e se identificou como dona de casa. De acordo com TSE, Sara não teve nenhum voto computado. Com o nome "Sara Sarita", ela não venceu o pleito e não se candidatou novamente nas eleições seguintes.
Já Clícia, de 35 anos, aparece no Diário Oficial da Prefeitura de Mata de São João como classificada em 5º lugar em um concurso para agente de serviços na área de zoonose. O resultado foi publicado em 22 de agosto, apenas seis dias antes do crime. Apesar disso, a prefeitura da cidade ainda não conseguiu confirmar que a classificada é a vítima da chacina, pois há a possibilidade de homônimos.
Redação iBahia
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