O corpo da baleia jubarte que pareceu chorar após encalhar na cidade de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, foi removido do trecho de mar onde estava nesta quinta-feira (20), três dias após a morte do animal.
De acordo com informações passada ao iBahia pelo Projeto Bahia Jubarte, o mamífero foi içado e colocado em uma carreta, para ser levada para um aterro sanitário, com a ajuda da prefeitura de São Francisco do Conde e da empresa de combustíveis Transpetro.
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Vídeos feitos pelo Projeto mostram a operação montada para a remoção. Nas imagens, dá para ver que a baleia foi amarrada com uma corda para ser tirada do mar. O animal estava em estado avançado de decomposição. Assista abaixo
A baleia morreu na segunda-feira (17), um dia depois que o vídeo onde ela parece chorar viralizou nas redes, após ser divulgado pelo iBahia. Ainda não se sabe o que causou a morte do animal, mas estava com uma luxação ou fratura em uma das nadadeiras. Isso, inclusive, dificultou o retorno dela para o mar, segundo informou o Projeto Baleia Jubarte.
A baleia estava encalhando na região da Baía de Todos-os-Santos há alguns dias. Somente na sexta-feira (14), foram feitas três tentativas de reboque, para ajudar o animal a voltar para o alto mar, mas ele se desvencilhou da fita em todas elas, conforme o Projeto divulgou.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e Marinha do Brasil acompanharam a tentativa de desencalhe. Na ocasião, foram coletados materiais para análises. O objetivo foi tentar diagnosticar possíveis doenças no animal, que inclusive podem ter contribuído para o encalhe.
Um documento emitido pelo projeto indica que apesar do desencalhe não ter ocorrido, a baleia foi realocada a cerca de 300 metros de distância do ponto que foi encontrada. Portanto, os especialistas conseguiram levá-la para um lugar menos raso.
'Choro'
Em entrevista ao iBahia no domingo (16), Victor Bandeira, que é coordenador do Projeto Baleias Soteropolitanas, contou que, na verdade, o líquido que saiu dos olhos da baleia é um óleo produzido por glândulas.
"A gente tem essa glândula lacrimal no canto do olho e tem o ducto nasolacrimal. Os cetáceos [nome científico usado para classificar os mamíferos marinhos], quando começam a desenvolver na fase embrionária, eles têm esse ducto. Depois, nos adultos, eles se tornam não funcionais. Então, ele não produz lágrima. Mas ele tem uma glândula na pálpebra que produz um óleo, que é para lubrificar o olho contra ressecamento", disse o biólogo.
Segundo o especialista, o vento e outros fatores aos quais a baleia foi exposta podem ter contribuído para que ela produzisse o óleo. "Como ela está na terra, aí tem vento e tudo mais, isso acaba ressecando os olhos. Então, produz esse óleo para proteger o globo ocular mesmo".
Vídeos remoção
Redação iBahia
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