A pequena Isadora Dias de Jesus, de 3 anos, vive um drama de vida. A criança sofre de crises epilépticas por conta da Síndrome de Ohtahara, doença infantil onde a maioria dos pacientes não sobrevivem para alcançar a adolescência. Após tentarem todos os tratamentos, a última alternativa aos pais que pode mostrar resultado é uma medicação à base de canabidiol (CBD), substância química presente na maconha. O medicamento foi autorizado na última segunda-feira (19), pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), para uso com fins medicinais, em circunstâncias restritas. Apesar da liberação, os pais da criança não têm condições financeiras para comprar o remédio – convertido para o real na cotação de segunda, o valor mais barato chegaria a custar R$ 1.054 apenas por uma bisnaga com dez gramas.
A alternativa da família foi buscar na justiça uma ajuda do governo para tentar salvar Isadora. Em entrevista à Rádio CBN, o Defensor Público Pedro Fialho contou que os pais já tentaram várias interações medicas para controlar as crises convulsivas da criança. “Entramos em contato com a secretária de Saúde de maneira extrajudicial, questionando a possibilidade de entrega dessa medicação, já que é a orientação médica para a criança”, disse. “Recebemos respostas negativas e, diante disso, fizemos uma ação que corre na Justiça para obrigar o poder público para entregar essa medicação”, continuou o defensor público. Ele justifica que cabe ao Estado garantir o direito à saúde e, como os pais não tem condições de comprar o medicamento, o governo que caberia custear a medicação. O médico Otávio Marambaia, que é conselheiro dos Conselhos Federal e Regional de medicina, lembra que existem outros casos em que a judicialização só tem atrapalhado. “Existem muitas outras situações em que drogas que ainda não estão liberadas e que têm se levado essa judicialização às últimas consequências. O que não é benéfico, porque você tira recurso da saúde que serviriam a muitos para atender a poucos sem a necessária possibilidade de que isso seja de fato uma medicação adequada. O que não é o caso do canabidiol”, concluiu em conversa com a CBN. A ação está na Vara da Infância e Juventude de Vitória da Conquista e que não existe um prazo específico para que ela seja julgada.
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