Defesa diz que imagens de ação policial não mostram Geovane

Geovane foi decapitado e teve corpo queimado (Foto: Reprodução)

Um dos advogados de defesa dos 11 policiais militares que respondem pela morte de Geovane Santana Mascarenhas, 22 anos, disse que não há prova de que é Geovane o rapaz que aparece nas imagens da abordagem policial. “Para a defesa não existe prova científica qualquer de que é Geovane nas imagens”, disse o advogado Dinoermeson Tiago Nascimento, na manhã desta sexta-feira (19), no Fórum Criminal de Sussurana, onde aconteceria a primeira audiência do caso.O advogado argumentou que o pai de Geovane, o comerciante Jurandy Silva de Santana, 42, teria tido momentos de incertas de que era o filho nas imagens.“Apesar do reconhecimento, o pai entrou em contradição diversas vezes no curso do processo”, declarou o advogado sem dar mais detalhes do caso que corre em segredo de Justiça. No entanto, Jurandy rebateu a declaração da defesa. “Tenho certeza que era meu filho. O mesmo advogado me questionou se era ele nas imagens quando fui ouvido na Corregedoria da Polícia Militar, e respondi que era Geovane, que o reconheci pela roupa que saiu de casa, pelo relógio que usava, pela estatura, pela moto que pilotava e pela fisionomia que dava para ver muito bem”, declarou. O crime, cometido no dia 2 de agosto de 2014, foi apurado depois de o CORREIO denunciar, no dia 13 daquela mês, o desaparecimento do rapaz. O jornal revelou, com exclusividade, imagens da abordagem policial em que Geovane é colocado dentro de uma viatura da Rondesp.Afastados Segundo o advogado Dinoermeson Nascimento, todos os 11 PMs da Rondesp acusados pelo crime estão afastados do policiamento ostensivo. “Todos trabalham no serviço administrativo dentro da companhia”, disse Nascimento. O CORREIO pediu um posicionamento da Polícia Militar sobre o trabalho atual dos 11 PMs e aguarda a informação.Veja vídeo da abordagem:Em abril do ano passado, os PMs da Rondesp foram denunciados por sequestro, roubo (a moto e o celular de Geovane não foram localizados) e homicídio qualificado (por motivo torpe e sem possibilidade de defesa da vítima). São eles: subtenente Cláudio Bonfim Borges; sargentos Gilson Santos Dias e Daniel Pereira de Souza Santos; os soldados Jesimiel da Silva Resende, Jailson Gomes de Oliveira, Cláudio Cezar Souza Nobre, Fábio Sodré Lima Masavit Cardozo, Jocenilton dos Santos Ferreira, Roberto Santos Oliveira, Alan Moraes Galiza dos Santos e Alex Santos Caetano.Seis deles foram denunciados também por ocultação de cadáver (Cláudio, Jesimiel, Roberto, Alan, Daniel e Alex).