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Dez baleias jubarte encalharam na costa da Bahia em 2011

Apesar disso, em todo o Brasil houve uma queda do número de ocorrências de janeiro a novembro deste ano

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01/12/2011 às 20:39 • Atualizada em 01/09/2022 às 7:27 - há XX semanas
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De janeiro a novembro de 2011, 10 baleias jubarte encalharam na costa da Bahia. É o que mostra o levantamento do Projeto Baleia Jubarte, divulgado nesta quinta-feira (1). Com esse resultado, a Bahia é o estado com o segundo maior número de ocorrências, atrás apenas do Espírito Santo, com 13 baleias encalhadas. Em todo o Brasil, ocorreram neste período 34 encalhes de baleias desta espécie. Deste total, três baleias estavam vivas e uma delas conseguiu ser resgatada. O número foi três vezes menor do que o levantado no mesmo período de 2010, quando foram egistrados 96 encalhes de jubarte no país, um recorde de ocorrências.
De 2002 a 2005, uma média de 22 baleias jubarte encalharam no Brasil. Nos anos 2006, 2007, 2008 e 2009, houve um crescimento das ocorrências, sendo 37 encalhes. Já em 2010, o crescimento foi ainda maior, atingindo o número de 96 baleias jubarte encalhadas na costa brasileira. Os dados levantados corroboram a hipótese de que em 2010 houve uma incomum mortalidade das baleias desta espécie. “Aparentemente estamos voltando para a média de encalhes que tínhamos antes de 2010. Isto reforça a hipótese de que ocorreu, em 2010, o que chamamos de mortalidade não-usual, ou seja, um aumento no número de animais mortos que foge ao que seria esperado em uma situação normal”, explica o Diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, o médico-veterinário Milton Marcondes. Os pesquisadores tentam entender o que causou a mortalidade das baleias em 2010, mas ainda não chegaram a uma conclusão concreta. Entretanto, há duas hipóteses: as mudanças climáticas podem ter gerado escassez de alimento na Antártida ou algum novo fator patológico, para o qual as jubartes não têm proteção podem ter causado a alta mortalidade. “Talvez nós nunca tenhamos a certeza do que ocorreu em 2010, mas este evento pelo menos serviu para criar uma rede de investigação de pesquisadores do Brasil, Argentina, Austrália, África do Sul, Espanha e Estados Unidos por meio da qual os países trocam informações de forma sistemática para tentar entender melhor o que está acontecendo com as baleias no Hemisfério Sul” diz Marcondes. Mas não é só no Brasil em que muitas baleias morreram. Na Austrália, em 2009, ocorreram 45 mortes de baleias jubarte. Já nos vizinhos argentinos, no período entre 2007 e 2009, foram registrados altos índices de mortalidade de baleias de outra espécie: a baleia franca. Segundo Marcondes, as baleias necessitam conviver com um litoral ocupado pelo homem. ”Atropelamento por grandes embarcações e captura acidental em redes de pesca são alguns exemplos de causas de encalhes em nossos dias. A própria degradação do meio ambiente pode ser um fator que afeta a saúde destes animais, tornando-os mais susceptíveis a doenças. Para entender melhor o efeito destes impactos sobre as baleias e propor ações para sua recuperação é importante avaliar cada baleia encalhada e buscar descobrir o que causou sua morte”, afirma.

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