Todo dia é dia de celebrar o patrimônio histórico da humanidade chamado baiana de acarajé, porém, no da 25 de novembro a festa ganha um tom especial e com reconhecimento em lei.
A data estabelecidada nacionalmente em 19 de janeiro de 2010, pela Lei nº 12.206, reforça a importância histórica e cultural das profissionais que colaboram para a construção identitária do país.
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“Tudo começou no simbólico. As mulheres escravizadas vendiam acarajé para comprar alforrias. Na segunda etapa, foram as baianas indo para a rua para mercar o acarajé para fazer suas obrigações nos terreiros, normalmente as filhas de Oiá (não poderia ser qualquer pessoa). Com o passar do tempo, se viu que, com aquele bolinho, ela poderia sustentar a família, foi quando o acarajé foi para a rua ser comercial. Ele é comercial, mas na minha cabeça ele ainda é simbólico por continuar sendo do terreiro, continua sendo sagrado. O acarajé é uma oferenda para Iansã e o abará é uma oferenda de Xangô”
Rita Santos, Presidente da Associação das Baianas de Acarajé (ABAM)
Mas você sabe a história das baianas de acarajé?
As profissionais que são responsáveis por comidas típicas da Bahia e afro-brasileiras e que só tiveram o trabalho reconhecido como uma profissão em Salvador no ano de 1998, através de decreto municipal, surgiram no século XVI com a chegada da diáspora africana no Brasil.
De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), as primeiras consideradas como baianas de acarajé acarajé foram mulheres escravizadas com alforria, que iam vender os acarajés pelas ruas de Salvador.
Para atrair clientes, um canto tradicional era o que chamava a atenção. A cantiga usava a expressão em tom de canto “acará jê” (de akàrà, bola de fogo, e jê, vender).
Após a abolição da escravidão, em maio de 1888, foi dado prosseguimento na tradição. O acarajé era encontrado em ruas da cdade entre a tarde e a noite, até cair no gosto popular e ser vendido durante todo o dia.
No início da tradição da venda dos bolinhos, todas as pessoas que produziam e comercializavam o acarajé eram iniciadas no candomblé, numa prática restrita a mulheres, em geral Filhas de Santo dedicadas ao culto de Xangô e Oiá (Iansã).
De acordo com o último levantamento da Associação das Baianas de Acarajé (ABAM), Salvador tem 3,5 mil baianas e baianos espalhados pela capital.
Reconhecimento
As baianas de acarajé são consideradas, desde 2004, Patrimônio da Humanidade pelo Instituto do Patrimônio e Artístico Nacional (IPHAN).
Os aspectos referentes ao Ofício das Baianas de Acarajé e sua ritualização compreendem: o modo de fazer as comidas de baianas, com distinções referentes à oferta religiosa ou à venda informal em logradouros soteropolitanos; os elementos associados à venda como a indumentária própria da baiana, a preparação do tabuleiro e dos locais onde se instalam; os significados atribuídos pelas baianas ao seu ofício e os sentidos atribuídos pela sociedade local e nacional a esse elemento simbólico constituinte da identidade baiana.
Além deste título, em 2012, as baianas ainda foram reconhecidas como Patrimônio Imaterial da Cultura da Bahia.
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Redação iBahia
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