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Dois focos de incêndio surgem no Parque Nacional do Monte Pascoal

Segundo administração do Parque, incêndios são criminosos e começaram após fiscalização de extração ilegal de madeira

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01/01/2016 às 19:58 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:45 - há XX semanas
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Mais dois focos de incêndio florestal foram descobertos na última quinta-feira, 31 de dezembro, no Parque Nacional do Monte Pascoal, em Porto Seguro, no Extremo-Sul da Bahia. O parque sofre com incêndios há cerca de dois meses e 5,05% dos 22.383 hectares de Mata Atlântica já foram queimados - o que corresponde a 1.127,96 hectares. “Isso já foi destruído, mas agora está aumentando”, lamentou a chefe do Parque, Raquel Mendes Miguel.Segundo ela, os focos mais recentes vinham sendo controlados quando mais dois surgiram na região leste do parque. Eles ainda ficam distantes do Monte Pascoal, considerado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) desde 1999, mas há a preocupação de que o fogo chegue até lá, já que os incêndios, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o parque, são criminosos.
Focos de incêndio no Parque até o dia 27 de dezembro | Mapa: Divulgação ICMBio
De acordo com Raquel, eles começaram após uma ação de fiscalização no local contra a extração ilegal de madeira, que aconteceu nos meses de novembro e dezembro. A madeira é extraída ilegalmente, conforme o ICMBio, para produção de artesanato para comercialização e confecção de estacas para cercas.“Estas operações resultaram em flagrantes, apreensões de madeiras cortadas e equipamentos utilizados para extração ilegal, e as pessoas envolvidas foram conduzidas à Delegacia da Polícia Federal”, diz o ICMBio, em nota. Ainda em nota, o Instituto conta que, além de provocar os incêndios, os grupos responsáveis pela extração ilegal da madeira também provocaram danos em um veículo oficial.Dentro dos 22.383 hectares de Mata Atlântica, há terras indígenas habitadas por índios pataxós. De acordo com o guia turístico Antiwab Pataxó, que trabalha há seis anos na região, 38 comunidades indígenas vivem em torno do Parque. Segundo ele, o fogo foi amenizado depois que a comunidade se reuniu para ajudar as brigadas de incêndio. “Já teve outros incêndios, só que antes estava mais organizado. Hoje não está mais como era antes”, disse.Segundo o ICMBio, há 14 brigadistas na mata acompanhando os focos desde o mês de outubro. Desde então, eles contaram com o apoio de mais cinco brigadistas do Parque Nacional o Pau Brasil, além de cerca de 50 voluntários das comunidades do entorno. O Instituto fornece ainda veículos, combustível, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e alimentação para os combatentes.Com um período seco mais intenso, com dias quentes e vento forte, por conta do fenômeno El Niño, a temporada favorece os incêndios florestais. Por isso, o ICMBio informou que está sendo solicitando apoio do Ministério Público Estadual para a veiculação de campanhas no sentido de conscientizar a população sobre o risco de incêndios nesta época.
Correio24horas

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