Dos dez municípios com as maiores concentrações de pessoas de cor preta, oito estão na Bahia. Em Antônio Cardoso, por exemplo, essa parcela da população representa mais da metade (50,7%) do total de 11.554 moradores. Por outro lado, há municípios onde quase a totalidade dos habitantes se diz branca. É o caso de Montauri e de Três Arroios, no Rio Grande do Sul, onde 99,2% da população se classificam dessa forma. São João da Ponta, no Pará, é a cidade do país com a maior proporção de pardos (90,1% dos habitantes). Segundo a gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais, Ana Lucia Sabóia, a realidade apontada pelos Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforça a diversidade étnica do país e corrobora as diferenças regionais. “Com isso, a gente descobre que, a partir da realidade municipal, o Brasil é um país realmente muito diversificado. Falar em média nacional é quase uma abstração”, destacou. O levantamento também evidencia as desigualdades de rendimentos. Os valores médios recebidos pelos brancos chegam a R$ 1.574, próximo ao dobro do que ganham os grupos pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) ou indígenas (R$ 735). Os maiores diferenciais são encontrados nos municípios mais populosos, com mais de 500 mil habitantes. Entre as capitais, Salvador lidera a desigualdade de rendimento médio mensal entre brancos e pretos. Na capital baiana o primeiro grupo ganha 3,2 vezes mais do que o segundo. Em seguida, aparecem Recife (3 vezes) e Belo Horizonte (2,9 vezes). Quando a comparação se dá entre brancos e pardos, São Paulo aparece no topo da lista das desigualdades (2,7 vezes). Em seguida vêm Salvador, o Rio de Janeiro e Porto Alegre, onde brancos têm rendimentos 2,3 vezes maiores do que os pardos. Outro fator de desigualdade evidenciado pelo levantamento diz respeito às taxas de analfabetismo de acordo com o tamanho dos municípios. Para o conjunto da população, nas cidades com menos de 100 mil habitantes, a situação é mais grave e as taxas superam a média nacional de 9,6%. É também nos municípios menos populosos que a distância entre o patamar de brancos e pretos é maior. Naqueles com até 5 mil habitantes, enquanto a taxa de analfabetismo entre brancos é 9,8%, entre os pretos ela alcança 27,1% e entre os pardos, 20%.
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