O empresário Leandro Silva Troesch, morto no dia 25 de fevereiro, não aprovava a aproximação da esposa Shirley da Silva Figueiredo com uma ex-detenta. O casal foi preso no ano passado após condenação por roubo e extorsão a uma mulher em Salvador. O crime aconteceu em 2001. Os dois são donos da famosa pousada Paraíso Perdido, em Jaguaripe, no Recôncavo baiano.
De acordo com o jornal Correio, Leandro, que saiu da prisão dois meses depois da esposa, não gostou de encontrar Shiley convivendo com uma ex-detenta. Ela havia dado moradia e emprego a estelionatária Maqueila Santos Bastos, que deixou a cadeia junto com ela.
O delegado Rafael Magalhães, titular da delegacia de Jaguaribe, afirmou que Leandro não queria a ex-detenta na pousada e chegou a mandá-la embora. "Ela é perigossísima. Era uma das lideranças do Presídio Feminino de Salvador. Maqueila tem mais de 30 inquéritos e 10 processos", contou.
Ainda segundo o delegado, no período em que a estelionatária morou na pousada, o casal brigava bastante pelo fato de Leandro não gostar de encontrar Maqueila. Magalhães revelou que a ex-detenta já estava cometendo crimes na região. "Encontramos na pousada animais trazidos por ela sem documentação alguma, como cavalos, bois, típicos de negociações ilícitas", explicou.
Segundo a polícia, dez dias após a expulsão de Maqueila da pousada, o empresário foi morto com um tiro na cabeça em um dos quartos do local. O delegado afirma que, no momento da morte, apenas Leandro e Shirley estavam no quarto.
Em depoimento, a proprietária afirmou que o marido havia se matado. Segundo narrou, ela havia chamado Leandro para tomar banho, mas ele preferiu continuar no quarto. Shirley disse que durante o banho, ouviu o barulho do tiro.
A Polícia Civil foi até a pousada para convocar a mulher para prestar um novo depoimento, mas ela já havia deixado a cidade sem comunicar à Justiça. Por estar em prisão domicliar, havia uma medida cautelar que a impedia de sair da pousada sem permissão judicial, o que levou a Justiça a decretar sua prisão. O delegado responsável pelo caso afirmou que a polícia também está a procura de Maqueila.
Investigação
De acordo com Rafael Magalhães, a polícia trabalha com a hipótese de a morte de Leandro ter sido um assassinato. Segundo ele, o empresário discutiu na pousada com Shirley antes de ser achado morto. A briga foi testemunhada por funcionários.
"Algumas pessoas que trabalham no local disseram que ela e Leandro tiveram uma discussão instantes antes de ele ter morrido. Não consegui decifrar ainda o motivo ,mas houve um desentendimento entre o casal", afirmou.
Morte de testemunha
Uma testemunha do caso, que era funcionário da pousada, foi assassinado a tiros no domingo (6), no distrito de Camassandi, em Jaguaribe, antes de depor novamente.
Segundo o delegado Rafael Magalhães, a vítima, identificada apenas como Marcel, era amigo e "braço direito" de Leandro Silva Troesch. O funcionário, que já havia sido ouvida pela morte do empresário no dia 25 de fevereiro, prestaria novo depoimento no dia em que foi assassinado.
"Ele era considerado uma testemunha chave da morte do Leandro, pela proximidade que tinha com a vítima. Eu ouvi ele por duas horas, mas queria ouvir mais, porque sou bastante detalhista", explicou o delegado.
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Redação iBahia
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