A Enseada Indústria Naval (EIN), proprietária do Estaleiro Enseada, em Maragogipe, protocolou na última sexta-feira um pedido de Recuperação Extrajudicial (RE) junto à Justiça do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, o pedido objetiva reestruturar a dívida junto à parte dos credores. De acordo com o presidente da empresa, Fernando Barbosa, a empresa tem a receber aproximadamente R$ 3 bilhões e R$ 1,5 bilhão em dívidas. “Este cenário cria alguma incerteza entre potenciais investidores e clientes que nós temos. Há oito meses estamos estudando a reestruturação da nossa dívida”, explicou Barbosa nesta segunda-feira (30), durante visita ao CORREIO.
O presidente da Enseada explicou que o RE é diferente de uma recuperação judicial. “O RE deixa inalterado o controle da gestão e segrega o processo de recuperação a uma operação específica, no caso a da Bahia”, destacou. A RE auxilia ainda no processo de diversificação da Enseada, na medida em que dá mais conforto e segurança aos potenciais clientes, investidores e fornecedores na relação comercial com a empresa, diz.
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Os termos da RE foram definidos em comum acordo com um grupo que representa mais de 64% do valor total da dívida reestruturada. “A gente já larga com um plano pré-aprovado por dois terços dos credores da empresa”, afirmou Barbosa. A expectativa da empresa é ter o plano homologado em 60 dias.
“Acreditamos que esta medida seja plenamente sustentável e estamos muito confiantes que, com a implementação desta RE, conseguiremos estabilizar a dívida da companhia e focar na conquista de novos projetos e na retomada de nossas operações industriais na Bahia”, acrescentou Fernando Barbosa.
Diversos estaleiros brasileiros sofreram com a interrupção da política industrial criada e estimulada pelo governo federal, que previa a retomada da indústria naval. Em um ano e oito meses, o número de trabalhadores na área caiu 36,5% no país, passando de 71,5 mil para 45,4 mil, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A EIN chegou a empregar nove mil pessoas em Maragogipe, entre as obras de construção do estaleiro e a operação.
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Redação iBahia
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