Foto: Eduardo Cabeda / Divulgação
O escritor Jeferson Tenório recebeu, nas últimas semanas, ameaças de morte pelas redes sociais. De acordo com informações do Jornal O Globo, no dia 16 de março, uma mensagem foi enviada ao perfil do instagram do letrista dizendo que ele teria o 'CPF cancelado" caso concedesse uma palestra na escola Land School, localizada em Salvador (BA).
O autor da mensagem, ainda segundo dados do O Globo, foi enviada pelo perfil @estudante_anonimo123. A pessoa por trás do perfil reclamava de ter sido obrigado a ler “O avesso da pele”, romance de Tenório lançado pela Companhia das Letras em 2020 e premiado com o prêmio Jabuti no ano passado.
“Eu prefiro fzr 10 horas de aula de matemática (..) do q ter que ouvir essa militância”, dizia o texto, “Eh mlhr vc meter o pé e sair do país. Se nn vc tá fudido irmão”.
Tenório, que vive na cidade de Porto Alegre, imediatamente registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Virtual da Bahia e avisou as instituições (Land School e Companhia das Letras). Por não poder garantir a segurança do autor, a escola optou por migrar a palestra para o ambiente virtual.
Na última segunda-feira (21), Tenório conversou com os alunos do primeiro ano do Ensino Médio da escola. Segundo o escritor, o papo foi bom e não houve nenhum incidente registrado. Já no dia 22, novas ameaças foram encaminhadas. Desta vez, vindas do perfil @baheanaveia, de torcedores do Esporte Clube Bahia.
“Tive q ouvir esse bando de putaria sobre essa sua obra literária dos inferno”, dizia a mensagem, segundo o Globo. O agressor também dizia conhecer o endereço do palestrante e fez referência ao uso de “metralhadora”.
Um segundo boletim de ocorrência foi feito. Essa não é a primeira vez que o escritor é ameaçado. No ano passado, ele recebeu mensagens de ódio após escrever, em sua coluna no jornal gaúcho Zero Hora, sobre um discurso do ex-presidente Lula e o educador Paulo Freire. “O avesso da pele” narra a trajetória de Henrique, professor negro assassinado por policiais que o tomaram por bandido.
Em nota, a Land School afirmou que “caso seja comprovado que se trata de um aluno da nossa comunidade, a escola irá adotar todas as medidas disciplinares previstas no regimento” e que planeja “novas intervenções com toda a comunidade estudantil para tratar do assunto”. A Polícia Civil da Bahia disse não comentar investigações em andamento.
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Redação iBahia
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