Uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (13) busca desarticular a facção Bonde do Maluco, cumprindo 13 mandados de prisão preventiva em diversas cidades da Bahia e no Mato Grosso do Sul. A organização criminosa, que começou como filiada à facção Caveira, surgiu há pouco mais de um ano no Pavilhão V do Presídio Salvador, no complexo prisional da Mata Escura.
De acordo com a PF, como muitos dos investigados já foram presos durante as investigações sobre a quadrilha, que começaram em fevereiro de 2015, a maioria dos mandados da Operação Sapucaia está sendo cumprida dentro dos presídios onde os envolvidos estão detidos.
(Foto: Evandro Veiga/CORREIO) |
Em 11 de maio do ano passado, em Correntina, a polícia apreendeu 3.740 kg da droga que estavam sendo transportados em um caminhão escoltado por dois “batedores”. Também foram presos na ocasião os principais chefes da quadrilha e outros dois traficantes, informou a Polícia Federal. Ao todo, até dezembro do ano passado, já foram apreendidas 6,5 toneladas de maconha.
O líder da Bonde do Maluco atualmente está radicado na cidade de Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai do local, a facção mandava grandes quantidades de entorpecentes para abastecer o tráfico de drogas na Bahia. As cidades onde a operação acontece nesta quarta-feira (13) não foram divulgadas pela Polícia Federal.
Territórios da quadrilha
Nas cidades de Catu, Madre de Deus, Pojuca, o domínio é da BDM, que tenta se expandir em Salvador, nas regiões do Subúrbio, Cajazeiras e Brotas. Já a facção Caveira controla, por exemplo, Paripe, Engenho Velho de Brotas, Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho, Ogunjá, Tancredo Neves e Engomadeira. O Comando da Paz (CP) ou Escorpião tem expressão maior na Cidade Nova, IAPI, Pero Vaz e Calabar. Seu líder, Claudio Campanha, encontra-se preso em Catanduva (PR).
Liderança
Três nomes estão na liderança da facção. Um dos principais é Antônio Dias de Jesus, o Colorido, que de dentro do Conjunto Penal de Serrinha, considerado de segurança máxima, continua dando ordens.
“Infelizmente a unidade não pode impedir o acesso dele aos advogados. É um direito”, disse o investigador do serviço de inteligência da SSP ao CORREIO, sobre o canal de comunicação entre o traficante e seu exército.
Colorido foi preso em junho do ano passado em São Paulo e responde a cinco processos – três por homicídio, um por tráfico de drogas e outro por porte ilegal de arma. Chegou a ocupar a carta 10 de Ouros do Baralho do Crime, ferramenta usada pela polícia para ajudar na memorização e captura dos bandidos mais procurados no estado.
O traficante ainda é acusado de ser o mandante da morte de um PM em Dias D’Ávila e de um comissário de menores, há cerca de um ano. Ele também é apontado como responsável por várias outras mortes em Catu, Pojuca, Madre de Deus e cidades vizinhas.
Promotora em Pojuca, Marina Meira disse que há outros processos em que Colorido é citado. “Existem inquéritos que o nome dele aparece, inclusive, como uma liderança”, declarou a promotora. Colorido já cumpriu pena de sete anos por homicídio, mas solto em 2011, voltou à vida do crime.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade