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Fogo na Chapada Diamantina avança e ameaça casas no Vale do Capão

Cerca de 70 pessoas estão trabalhando para conter o fogo que atinge desde a trilha da Cachoeira da Fumaça até o final do Vale do Capão

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11/12/2015 às 14:01 • Atualizada em 29/08/2022 às 20:23 - há XX semanas
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O fogo que atinge a região da Chapada Diamantina há mais de um mês não para de avançar. Agora, as chamas que destruíram as áreas de preservação ambiental também ameaçam as casas que ficam no Vale do Capão, no município de Palmeiras. Para evitar que o fogo cause um estrago ainda maior e coloque a vida da população em risco, os brigadistas voluntários fizeram, na manhã desta sexta-feira (11), um aceiro - retirada da mata no terreno em volta da cidade para impedir que o fogo se propague.

Fogo se aproxima das casas no Vale do Capão (Foto: Marcelo Issa)

"Só o aceiro pode segurar o fogo. Porque se chegar aqui, as chamas diminuem e dá para a gente apagar. Se não der certo, a gente não tem mais o que fazer. Se for necessário, vamos esvaziar as casas para proteger esses moradores", comentou Tairo Augusto Ribeiro, chefe da brigada voluntária do Capão. Segundo ele, cerca de 70 pessoas entre brigadistas voluntários e moradores da região estão trabalhando para conter o fogo que atinge desde a trilha da Cachoeira da Fumaça até o final do Vale do Capão. "Estamos trabalhando 24h, mas na noite de ontem teve muito vento aqui, foi o pior dia, e acabou alastrando mais ainda as chamas. A população está muito empenhada em ajudar, mas até agora não recebemos nada do governo", reclamou. O fogo está se aproximando da rua dos Gatos, que dá acesso à principal avenida da cidade. Cerca de 30 casas, de moradores locais e de veraneio, estão na linha do fogo. O engenheiro Jacques Rosat Neto, 58 anos, é proprietário de uma dessas casas. Ele esteve na cidade no final de outubro passado e teme que as chamas possam atingir também casas que ficam no centro do Vale. "Minha casa seria uma das primeiras a ser atingida pelo fogo. Isso deixou de ser uma ameaça contra a fauna e flora e passou a ser uma ameaça contra a vida da comunidade", lamentou o engenheiro. A casa de Jaques está vazia, mas ele tem acompanhado a situação por meio de amigos que também moram na cidade. "O fogo estava na área de alguns pontos turísticos importantes, mas, essa noite, as chamas desceram pela encosta em direção às casas. As pessoas estavam apavoradas durante toda a madrugada. Me mandaram fotos do fogo próximo às casas, inclusive a minha. Fiz até uma contribuição para o pessoal comprar lanternas e lanches". De acordo com o chefe da brigada, a principal urgência para os combatentes é a reposição do material para enfrentamento do fogo. "Precisamos de mais dez bombas costal e 20 abafadores para ontem. Estão dizendo que foi liberado milhões para combater o fogo da Chapada, mas até agora não chegou nenhum dinheiro aqui. Temos 40 bombas, sendo que 17 estão furadas e apenas 20 abafadores. Eles alugam helicóptero, mas o enfrentamento é feito a pé. O material é mais importante", afirmou. O engenheiro Jaques lamenta e classifica a situação como descontrolada. "A comunidade está se virando com o que pode, mas os brigadistas estão muito cansados. Não aguentam mais. Está faltando tudo. É preciso mostrar isso para as autoridade, para resolver. Tem de planejar para enfrentar isso também, não tem sentido", lamenta. Além dos brigadistas e da população, o CMBio e o Corpo de Bombeiros estão atuando contra o incêndio. De acordo com o chefe da brigada, a prefeitura da cidade também ofereceu apoio, mas nada chegou ao local até a manhã de hoje.
Correio24horas

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