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Gratuito: Enecult será realizada entre os dias 27 e 30 de julho

Evento traz para o centro dos debates uma perspectiva humana da cultura como lugar de construção de afetos e de fortalecimento da esperança

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Redação iBahia

27/07/2021 às 12:30 • Atualizada em 31/08/2022 às 14:30 - há XX semanas
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A 17ª edição do Enecult (Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura) será realizada de forma completamente online e gratuita entre os dias 27 e 30 de julho. O evento traz para o centro dos debates uma perspectiva humana da cultura como lugar de construção de afetos e de fortalecimento da esperança.

Cerca de 1,5 mil pesquisadores de todo o Brasil e de outros países participam dos quatro dias da programação, seja nas 15 mesas coordenadas, nos três Diálogos Emergentes, nas quatro mesas especiais ou na apresentação de artigos em um dos 20 grupos de trabalho e nas atividades culturais – que incluem mostra audiovisual e lançamento de livros.


Abertura dos trabalhos: A Cultura na encruzilhada

O cenário de escassez de políticas culturais, que impõe uma difícil situação ao setor e a seus profissionais, será o assunto debatido na abertura do XVII Enecult, no dia 27/07, às 10 horas. A mesa “A Cultura na encruzilhada” contará com a presença do senador Paulo Rocha (PT/PA), autor da Lei Paulo Gustavo, da cantora e compositora Margareth Menezes e da professora Natalia Coimbra, coordenadora do evento, sob a mediação do ator Jackson Costa. Seguido de debate aberto ao público, o encontro terá, ainda, participações especiais da deputada federal Benedita da Silva (PT/RJ), autora da Lei Aldir Blanc, e da Orquestra Sinfônica da Bahia.

Maior e mais tradicional encontro de estudos da cultura do país, o Enecult tem como propósito contribuir com as reflexões sobre a cultura e seus trabalhadores, as artes, a produção cultural, as políticas culturais, a economia criativa e as mais diversas perspectivas que dialogam com os estudos sobre a cultura. Por isso, o tema central desta edição é uma continuidade das temáticas de 2019 (“Menos ódio, mais cultura”) e 2020 (“Cultura é vida”). “ ‘A cultura na encruzilhada’, reflete sobre o momento que atravessamos. Ao mesmo tempo que paralisa ou desafia, essa encruzilhada também abre novos caminhos e possibilidades. Pensamos o Enecult como um espaço de múltiplas possibilidades, vozes e perspectivas, de ações e práticas e, ao mesmo tempo, de resistência, de defesa da cultura e das pessoas que trabalham e vivem da cultura. Somos também um lugar de afeto e acolhimento, abrindo espaço para discutir questões essenciais de como esse panorama pode ser resolvido, quais as políticas públicas desse momento, e de que modo elas impactam a cultura e as pessoas”, afirma a professora Natalia Coimbra (UNEB/CULT-UFBA), coordenadora do XVII Enecult.

Após ter sido realizado em formato compacto em 2020, em consequência da pandemia, em 2021 o Enecult reabriu as inscrições para a apresentação de trabalhos. A medida leva em consideração a importância do evento para a circulação da pesquisa acadêmica e científica, bem como para o debate e o diálogo com as comunidades, produtores culturais e artistas. “Nós nos posicionamos como um centro de estudos dentro da universidade pública, que continua produzindo e desempenhando o seu papel de ensino, pesquisa e extensão perante a sociedade, mesmo com o desafio das atividades remotas”, destaca Natalia Coimbra.

Leia também:

  • Pandemia, cultura e resistência

Considerada uma vitória do campo cultural brasileiro, a Lei Aldir Blanc (LAB) é o tema da mesa especial “Pesquisa impactos da COVID-19 na Cultura”, que em sua segunda etapa analisa a experiênica da lei de emergência cultural diante da pandemia. O encontro, no dia 30/07, às 14h, contará com a participação dos pesquisadores do Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-Bahia) Carlos Paiva, Daniele Canedo, Beth Ponte e Ernani Coelho Neto, além da mediação de Alexandre Barbalho. O estudo leva em consideração que, para além do socorro emergencial, a referida lei pode desencadear uma mudança qualitativa no cenário, por reforçar a atuação articulada e ativa do movimento cultural, estabelecer boas relações com o poder legislativo e por estabelecer um novo patamar de condições e mobilizações para a busca de alternativas político-culturais.

Já a mesa “Brilho e Resistência - Homenagem à Baga de Bagaceira” aborda as investigações sobre gênero e sexualidade, tendo como foco a potência do corpo vestido e da composição da aparência como possibilidades de resistência e existência. Ex-aluno do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura), Baga de Bagaceira de Souza Campos faleceu precocemente em 2020, vítima de síndrome respiratória aguda grave. A mesa homenagem será no dia 27/07, às 20h, com as presenças dos professores Leandro Colling, vice-coordenador do Pós-Cultura e Renata Pitombo (UFRB/Pós-cultura), da pesquisadora Hanna Rodrigues (UFRJ) e da artista visual Silvia Leme.

  • Mesas coordenadas e GTs

A comissão científica do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura selecionou 325 artigos e 15 mesas coordenadas para participarem da programação dos 20 Grupos de Trabalho (GTs). Pesquisadores de diversas instituições brasileiras e internacionais integram a vasta programação, seguindo o propósito do encontro de expandir os diálogos sobre a cultura para muito além das fronteiras da UFBA. É o caso da mesa coordenada “Dilemas das políticas culturais na atualidade latino-americana”, coordenada pelo professor Albino Rubim (UFBA), que contará com a presença dos professores Eduardo Nivón (UAM, México), Paula Simonetti (IDAES, UNSAM, CONICET, Uruguai) e Rubens Bayardo (IDAES, UNSAM, Argentina) em 28/07, às 10h.

No dia seguinte (29), às 16h, um dos grandes desafios dos tempos atuais, o ensino à distância para crianças, motiva a mesa “Escutar, contar e desenhar: histórias e experiências de pesquisa na educação da infância em tempos remotos”, coordenada por Rosemary de Oliveira (GPELCH-UNEB). O encontro conta ainda com a participação de Ângela Reol, Jainê Ribeiro e Niclecia Gama, também da Universidade do Estado da Bahia. Já as questões raciais em seus entrelaces com a cultura serão discutidas na mesa “Reflexões sobre a experiência curatorial na construção da exposição Das Galés às Galerias: protagonismos e representações do negro no acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)”, com a participação dos pesquisadores Ana Teles da Silva (MNBA), Eloisa Sousa (UNIRIO) e Reginaldo de Oliveira (MNBA) no dia 30/07, às 10h.

As apresentações, seguidas de debates, incluem pesquisas sobre uma série de temas fundamentais para pensar o papel da cultura no mundo atual, a exemplo das questões relacionadas a identidades, culturas populares, gêneros e sexualidades, culturas digitais, políticas culturais, e culturas e infâncias e juventudes, dentre outras. A programação completa está disponível no site http://www.cult.ufba.br/enecult.

  • Diálogos emergentes

Novidades nesta edição do Enecult, os Diálogos Emergentes apresentam debates sobre questões contemporâneas, seguidos do lançamento de livros nas três primeiras noites do evento, sempre às 19h. No dia 27/07, às 18h, os professores Albino Rubim (UFBA) e Urbano Sidoncha (UBI, Portugal) coordenam o diálogo de lançamento do livro “Enlaces Culturais Brasil-Portugal” (Coleção CULT/ Edufba). A conversa conta com a participação de Laura Bezerra (UFRB), Rita Aragão (UFBA), Paulo Serra (UBI, Portugal) e Miguel Real (UBI, Portugal).

Já o antropólogo argentino Néstor García Canclini (UAM-México e IEA/USP) discute o tema “A Institucionalidade da Cultura e as Mudanças Socioculturais” no dia 28/07, às 19h, ao lado dos pesquisadores Sharine Machado Melo (IEA/USP), Juan Ignacio Brizuela (IEA/USP) e Liliana Sousa e Silva (IEA/USP), sob a mediação de Martin Grossmann (IEA/USP). Eles lançam os Cadernos de Pesquisa da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, do Instituto de Estudos Avançados da USP. O objetivo da coleção é compartilhar resultados parciais e anotações de pesquisa ainda em processo de elaboração, possibilitando trocas e debates que possam ter impacto no desenvolvimento final da investigação.

No dia seguinte (29), às 19h, os professores Leonardo Costa (UFBA) e Renata Rocha, coordenadora do CULT-UFBA, participam dos Diálogos Emergentes com o lançamento do livro “Cultura e ciência de dados” (Coleção CULT/ Edufba). A conversa terá a participação dos pesquisadores Leonardo F. Nascimento (UFBA), Lia Calabre (UFF/FCRB/UCAM) e Mayra Juruá (Unicamp).

  • Programação cultural

Assim como em 2020, o Enecult em versão online fará lançamentos de livros através de vídeos enviados pelos autores e autoras apresentando suas obras. Serão 22 livros com temáticas relacionadas à cultura. Os vídeos estarão disponíveis a partir do dia 26 de julho no canal do YouTube (youtube.com/enecult). A lista completa dos livros que serão lançados está disponível no link: http://www.cult.ufba.br/enecult/xvii-lancamento-de-livros/

A programação cultural inclui também a I Mostra Baga de Bagaceira, concebida em parceria com o Pós-Cultura. A iniciativa contempla os vídeos Narrativas de Brasis, dirigido por Thiago Pondé e Aline Carvalho, e Eating with Young Warhol, de Armando Azvdo. As duas obras poderão ser vistas pelo público no canal do YouTube do Enecult.

  • “Cultura: Entre a Lida e a Vida” encerra Enecult

As perspectivas de luta e esperança para a vida da cultura inspiram a mesa de encerramento do XVII Enecult, no dia 30/07, às 16h. Intitulada “Cultura: Entre a Lida e a Vida”, a conferência terá a participação do reitor e do vice-reitor da UFBA, respectivamente os professores João Carlos Salles e Paulo Miguez, da deputada federal Alice Portugal (PCdoB/BA), que comanda a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, e da Coordenadora do CULT, Renata Rocha. A mesa encerra o evento com reflexões sobre as reais perspectivas de luta e esperança para a vida da cultura. A ideia é reunir a força da universidade, enquanto celeiro de pesquisa e produção de conhecimento, com a perspectiva prática das políticas públicas. Durante o encontro, será lançado o vídeo manifesto do Movimento Artistas Solidários da Bahia, em prol da campanha Abraço Solidário na Cultura, apoiada pelo CULT-UFBA.

  • Abraço Solidário na Cultura

O XVII Enecult pretende lançar um olhar amoroso para as vidas que fazem a cultura acontecer: artistas das mais variadas linguagens, técnicos, produtores culturais, integrantes de comunidades de culturas tradicionais. Com essa perspectiva de cultura como valorização do humano, o encontro apoia a

campanha Abraço Solidário na Cultura, realizada pelo Movimento Artistas Solidários na Bahia, que reúne artistas das mais diversas linguagens, unidos para construir estratégias conjuntas e solidárias de enfrentamento à Covid. A campanha presta solidariedade aos profissionais da área cultural que foram fortemente impactados pelos prejuízos decorrentes da COVID-19.

“Vejo que é possível fazermos essa trilha rompendo as dificuldades com gestos e ações de amor à vida, ao próximo, ao ambiente, a exemplo dessa ação onde cabem o conhecimento, a educação, a arte e a cultura se conectando num elo real de abraço humanamente solidário, e isso ganha um novo sentido de vida com mais sonhos e utopias”, diz a poeta e educadora Lita Passos, uma das integrantes do Movimento Artistas Solidários na Bahia, ao lado de Del Feliz, Andrea Elia, Amadeu Alves, Jonga Lima e centenas de músicos, atores, artistas circenses, poetas, produtores culturais e artistas do audiovisual. As doações podem ser feitas através do PIX para o e-mail [email protected].


SERVIÇO:
XVII Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult)
Quando: 27 a 30 de julho de 2021, terça a sexta-feira
Quanto: Gratuito e aberto ao público. Para quem desejar receber certificado, a inscrição pode ser feita até 20 de julho no enecult.ufba.br e custa R$ 20.
Transmissões de mesas online: YouTube (youtube.com/enecult) e Facebook (@grupocult). Programação: http://www.cult.ufba.br/enecult

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