Nesta segunda-feira (8), 95% dos hospitais filantrópicos na Bahia paralisam suas atividades, em adesão a uma paralisação nacional ‘Tabela SUS, Reajuste Já’, que tem o objetivo de chamar a atenção para a crise generalizada que atinge o setor filantrópico da saúde em todo o país. Os serviços de urgência e de emergência não serão interrompidos. Em todo o país, o movimento planejado pela Frente Parlamentar em Defesa das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em parceria com as federações estaduais, atingiu 2.100 instituições. Na Bahia, a paralisação atinge 46 unidades de 28 cidades do interior e capital. Os municípios baianos que aderiram à paralisação são Antas, Cachoeira, Campo Formoso, Castro Alves, Conceição do Almeida, Conceição do Coité, Esplanada, Feira de Santana, Iguaí, Ilhéus, Itabuna, Itambé, Itanhém, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Juazeiro, Miguel Calmon, Mutuípe, Nazaré, Poções, Ruy Barbosa, Serrinha, Santo Amaro, Ubaíra, Valença e Vitória da Conquista, além de Salvador. Na capital baiana, foi realizada uma coletiva de imprensa no auditório do hospital Martagão Gesteira. Também foram feitas coletivas em Feira de Santana, Vitória da Conquista e Itabuna.
Para o presidente da Confederação Internacional das Misericórdias e coordenador da frente relativa ao setor na Câmara Federal, Antonio Brito (PTB-BA), a situação na capital baiana tem mais um agravante. "Assim como o Martagão [Gesteira], os hospitais locais estão sendo heroicos. Além da crise do reajuste que atinge todo o Brasil, existe o atraso no repasse de milhões em Salvador. O passivo está muito grande”, afirmou Brito. Maurício Dias, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos da Bahia (Fesfba), também ressalta a situação local e lembrou que o setor filantrópico é o principal responsável por tratamentos de oncologia no estado (83%), cirurgias do aparelho da visão (78%), cirurgias de mama (46%) e cirurgias do aparelho circulatório (45%), além de ser líder em mais oito especialidades. “A dívida é nacional, o subfinanciamento é nacional, mas o nosso perfil é de mais endividamento do que o Sudeste. Nós estamos respondendo por isso, mas é importante lembrar que essa dívida é do SUS. Este subfinanciamento da saúde, pagando metade do que realmente deveria, foi o que gerou essa dívida”, disse.
Coletiva de imprensa |
Martagão GesteiraNa coletiva de imprensa, o superintendente do Hospital Martagão Gesteira, Carlos Emanuel Melo, o endividamento da instituição por conta da carência do repasse do Sistema Único de Saúde (SUS). "Somos um exemplo científico do impacto negativo do SUS. Alongamos a dívida e surfamos na onda da redução de juros. Vamos encostar no teto de nosso endividamento ao final de 2013”, afirmou.
Para Melo, uma alternativa seria o hospital deixar de ser 100% vinculado ao SUS e começar a operar com convênios médicos. Entretanto, o financiamento estimado para começar a operação foi subtraído após a decisão da ex-secretária municipal da Saúde, Tatiana Paraíso, de não repassar os recursos emergenciais em dezembro de 2012, segundo ele. "A situação do Martagão é uma crise dentro dessa crise. É o modelo vivo de um hospital 100% SUS de média complexidade no país”, afirmou.
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