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Indústria baiana poderá ser polo produtor no processo de transição energética

Quando entrar em operação, projeto integrado de hidrogênio verde e de amônia verde da Unigel poderá ser o maior do mundo

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15/05/2023 às 6:50 • Atualizada em 19/05/2023 às 19:37 - há XX semanas
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					Indústria baiana poderá ser polo produtor no processo de transição energética
Fachada da sede da FIEB - STIEP. Foto: Valter Pontes

A Bahia está saindo na frente e pode se tornar um grande polo de descarbonização no Brasil. A primeira fábrica brasileira de Hidrogênio Verde (H2V) está em construção e, neste cenário, o estado tem um caminho promissor. De acordo com informações do presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, esse momento é um marco, já que os trabalhos de eficiência energética nas indústrias são os primeiros passos para a transição energética total.

“Nenhum país possui a matriz energética tão limpa e com tanto potencial de crescimento quanto a nossa, de modo que devemos continuar apostando em energias renováveis e hidrogênio verde, por exemplo, para disponibilizar ao mundo os excedentes de nossa produção de energia limpa, livre de carbono, a partir dos ventos e do sol. E a Bahia é considerada uma região potencialmente favorável ao desenvolvimento de hidrogênio verde, em função da disponibilidade de recursos de energia renovável de baixo custo”, disse Alban.

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Quando entrar em operação, até o início de 2024, a expectativa é de que o projeto integrado de hidrogênio verde e de amônia verde da Unigel se torne o maior do mundo. O projeto terá impacto imediato no processo de descarbonização, pois adiciona às cadeias produtivas uma produção industrial totalmente carbono zero.

Na prática, o estado tem potencial para produzir mais de 60 milhões de toneladas de Hidrogênio Verde por ano, considerando os potenciais de energia solar e eólica associados à disponibilidade de recursos hídricos subterrâneo e de superfície. Os dados foram levantados pelo estudo pioneiro no país realizado pelo SENAI CIMATEC para o Governo do Estado da Bahia. Ele se chama Mapa do Hidrogênio Verde.

O Presidente da SINPEQ (Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Petroquímicas e de Resinas Sintéticas de Camaçari, Candeias e Dias D'ávila) e Superintendente da Unigel, Roberto Fiamenghi, contou que o projeto é de extrema importância e necessita da integração de todos.

“Esse projeto é o primeiro que deve ser instalado no Brasil. Eu acho que isso tem uma importância muito grande nessa corrida. Significa um passo grande na descarbonização. Tudo está sendo montado dentro da Unigel Agro Bahia e está mobilizando muita gente. Estamos na primeira etapa, de preparação do terreno e com boas expectativas. A base do hidrogênio é a energia elétrica”, disse Roberto.

De olho neste potencial, o governo lançou também, em 2022, o Plano para a Economia do Hidrogênio Verde, por meio do decreto nº 21.200, do Diário Oficial do Estado de 3 de março de 2022. Ele tem como objetivo promover, fortalecer e consolidar a produção e o uso do hidrogênio verde (H₂V), além de impulsionar pesquisas científico-tecnológicas sobre o tema.


				
					Indústria baiana poderá ser polo produtor no processo de transição energética
Ricardo Alban - Presidente da FIEB. Foto: Michelle Fioravanti

Outras iniciativas

O SENAI CIMATEC tem um papel importante na construção desse polo verde. Estão sendo criadas outras iniciativas para dar suporte ao desenvolvimento da produção de H2V no estado, entre eles um HUB de Hidrogênio Verde, que vai funcionar no SENAI CIMATEC Park, unidade industrial em Camaçari.

No local será desenvolvida pesquisa para a inovação na produção, transporte, armazenamento e aplicações do insumo, e a criação do Centro de Competências do H2V no SENAI CIMATEC, focando na formação de profissionais especializados, com expertise diferenciada. Além disso, outras quatro frentes estão sendo aplicadas pelo centro especializado em prol da emissão de baixo carbono.

José Luis Almeida, coordenador do Mapa do Hidrogênio Verde do SENAI CIMATEC, disse que a estratégia inclui mapa eólico, solar, de água, elétrico e de hidrogênio.

“Temos todo um plano de trabalho. Eu gosto de chamar de uma estratégia de baixo carbono das indústrias, que incluem 5 pilares. Na prática, estamos tentando criar a economia do hidrogênio. Isso é um desafio muito grande porque estamos começando do zero. O mais importante para mim é que isso vai proporcionar uma qualidade de vida melhor para quem vive no campo. E, se tudo isso que a gente está trabalhando acontecer, vai trazer um impacto e uma resolução social muito grande. Acho que é esse o maior benefício”, afirma.

Em relação aos investimentos que as atividades necessitam, José Almeida foi direto e transmitiu muita positividade: “Esse mapa pode atrair investimentos importantes para o estado a um preço competitivo. A Bahia é um estado que pode produzir hidrogênio mais baixo, porque tem energia elétrica barata, água barata e um sistema de transporte interessante. É animador”, completou o especialista.

Vale ainda pontuar que, em abril, o SENAI CIMATEC e a Shell Brasil deram mais um passo na direção das energias “limpas”. Lançaram, em Conceição do Coité (BA), a nova fase do programa BRAVE (Brazilian Agave Development – Desenvolvimento da Agave no Brasil). Este programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com investimento da Shell visa explorar o potencial da Agave como fonte de biomassa para a produção de etanol, biogás e outros produtos.

A nova etapa do BRAVE prevê duas frentes de atuação: os projetos BRAVE-Mec e BRAVE-Ind. O BRAVE-Mec tem como foco o desenvolvimento de soluções de mecanização para o plantio e colheita da Agave, além de desenvolver um campo experimental de testes. O BRAVE-Mec também promove o cultivo e manejo da Agave, como, por exemplo, a Agave sisalana - hoje utilizada para produção de sisal, e a Agave tequilana, hoje utilizada para produção de tequila.

Em paralelo, o projeto BRAVE-Ind vai desenvolver tecnologias de processamento da Agave para a produzir etanol de primeira geração e segunda geração - aquele obtido através das folhas e bagaço da planta, e outros produtos renováveis. Estes dois projetos somam-se ao Brave-Bio, projeto de pesquisa financiado pela Shell em parceria com a Unicamp, iniciado em novembro de 2022.

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