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Jogador baleado tem medo de perder contrato fora do Brasil

Atleta disse que foi coagido a assumir que era dono de drogas e armas

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Redação iBahia

03/08/2023 às 14:50 - há XX semanas
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					Jogador baleado tem medo de perder contrato fora do Brasil
Foto: Reprodução / TV Bahia

O jogador de futebol de 24 anos, que foi baleado na perna durante uma ação policial, contou que tem medo de perder a oportunidade de assinar contrato com um time do Líbano, no Oriente Médio.

Alessandro Miranda Santos explicou que esperava o visto de trabalho para assinar com o time de futebol. O empresário, que intermediou a negociação, tem perguntado sobre o tempo de recuperação do atleta e se ele vai chegar bem.

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"Não sei o que vai acontecer. O Líbano é um país muito rígido e talvez o meu nome sujo possa me prejudicar", disse o jogador.

O caso aconteceu na segunda-feira (31), no bairro de Itinga, localizado em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. Além de Alessandro Miranda Santos, conhecido como "Pantico", um amigo do atleta foi ferido após os disparos de arma de fogo.

Segundo o jogador, ele assistia televisão com a mãe, quando decidiu pegar um copo de café e conversar com amigos na porta de casa. Nesse momento, policiais militares teriam chegado na localidade atirando.

"Veio uma viatura deflagrando tiros contra a gente. Saí correndo para me proteger, mas logo em seguida, tinha uma viatura na outra rua. Fui baleado e fiquei caído no chão", relatou o jogador.

Alessandro, que já atuou por times da Bahia e Piauí, contou que ele e o amigo só foram socorridos pelos policiais cerca de 40 minutos depois de serem atingidos.

"A bala entrou e saiu, mas graças a Deus não atingiu os ossos daminha perna. Fui atendido no Menandro de Farias e levado para a 23ª delegacia", afirmou.

O jovem foi baleado apenas sete dias após o menino Gabriel, de 10 anos, ser atingido em outra ação policial e morrer na mesma cidade.


				
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Foto: Reprodução / TV Bahia

Armas e drogas

O jogador de futebol informou que, na unidade, foi coagido a assumir que era o dono de armas e drogas que teriam sido apreendidas na ação policial.

"Ela perguntou se as drogas e a arma eram minhas, que os policias tinham dito que eram minhas. Só falei que não era minha, me apresentei como atleta profissional. Ela entendeu e disse os policiais queriam que eu ficasse preso em flagrante", disse Alessandro Miranda em entrevista à TV Bahia.

"Queriam que eu assumisse a arma e a droga", ressaltou. O atleta não soube explicar o motivo dele ter sido liberado. "Certamente ela percebeu que eu uma pessoa inocente".

Alessandro Miranda detalhou que nunca tinha visto o material apreendido pelos PMs. A advogada do jogador, Jéssica Oliveira, detalhou que Alessandro foi levado para a delegacia, onde foi ouvido e liberado; depois encaminhado para o hospital; e, ao final teve que retornar para a unidade policial.

As drogas só teriam aparecido neste segundo momento. O jogador disse ainda que, também na segunda passagem pela delegacia, no dia, encontrou outros três vizinhos detidos. A Polícia Civil confirmou que eles foram ouvidos e liberados.

"Eu estava no local no momento dos tiros e não vi ninguém com arma, ninguém com drogas. Quando fui baleado, algumas pessoas ficaram sentadas ao meu lado e não tinha drogas e nem armas".


				
					Jogador baleado tem medo de perder contrato fora do Brasil
Foto: Arquivo Pessoal

O que diz PM e Civil

A Polícia Militar informou que os PMs faziam rondas em Itinga na noite de segunda (31), quando foram informados sobre homens armados na localidade de Jardim Jaraguá. Ao chegar no local, os agentes teriam sido recebidos com tiros e, durante o confronto, Alessandro e outro homem foram baleados.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que, com os dois baleados, foram encontradas armas e drogas. No entanto, a corporação retificou a informação na noite de quarta (2). E disse, através de nota, que apenas o amigo do jogador foi autuado em flagrante após ter sido encontrado com as armas e entorpecentes. O suspeito segue preso nesta quinta (3).

A polícia ainda contou que os dois feridos foram levados imediatamente para o Hospital Menandro de Faria, o que é rebatido pela defesa de Alessandro. Segundo o próprio atleta, ele esperou por cerca de 40 minutos até ser socorrido.

A advogada ainda contou que o celular de Alessandro foi apreendido pela polícia, informação que não foi divulgada pela corporação. Segundo a defesa, mesmo após a apresentação da nota fiscal do aparelho, o celular não foi liberado na delegacia.

Em nota, a polícia ainda informou que na mesma localidade, na segunda, três suspeitos de adulterar documentos de um carro e uma moto foram presos. A 23ª delegacia investiga os casos.

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