Livro promete falar fácil de educação financeira e planejamento

Todo mundo certamente já passou por aqueles momentos de apuro onde as contas pareciam que não iriam fechar e os números batiam em vermelho. Trazendo um pouco da educação econômica para a mesa, a jornalista e escritora Mara Luquet, que é colunista rádio CBN e no Jornal da Globo lança o livro "O Futuro É...", que vem para tirar as dúvidas populares sobre planejamento financeiro, aposentadoria, investimentos e muito mais. O lançamento do livro acontece nesta quarta-feira (24), às 19h, na Livraria Saraiva do Shopping da Bahia, mas você pode conferir um pouco mais da obra e do assunto na entrevista que a autora concedeu ao iBahia.No seu livro você fala da possibilidade de conciliar as contas do fim do mês e ainda assim desfrutar dos prazeres da vida. Isso é possível – e se for, é fácil de alcançar? Tem alguma fórmula para chegar a esse ponto?A fórmula é colocar prioridades na vida. Não sou adepta da filosofia de que você precisa guardar o máximo de dinheiro possível. Para quê? Para ter um velório de luxo? Claro, os recursos são finitos, mas você precisa saber para onde vai o seu dinheiro. Hoje é mais fácil controlar os gastos, saber onde seu dinheiro está indo. Uma forma de fazer isso é concentrar todo seu dinheiro no cartão de débito. Depois, no fim do mês, é só olhar item por item e ver quais gastos podem ser evitados. Assim fica até mais fácil para planejar o futuro. Um jovem que tem a vontade de fazer um intercâmbio, morar no exterior. É difícil? Não. Quando a gente planeja, acontece. Basta pesquisar, se informar, para otimizar os seus recursos, repensar o seu consumo.O que falta para que cheguemos nesse estilo de vida?Falta uma cultura de educação econômica domiciliar ao brasileiro. E isso é normal, já que a gente passou por uma época de hiperinflação e nesses momentos é difícil pensar em planejamentos. Então a gente acaba não tendo esse costume de pensar no uso futuro do dinheiro. E não falo nem em consumismo, pois a sociedade americana é extremamente consumista e você percebe o planejamento financeiro deles.Qual a raiz deste problema?A ausência de conversa disso [sobre economia] em casa, nas escolas. As crianças não são acostumadas a participar do orçamento familiar e os pais só atendem às suas demandas. Se fosse algo conversado desde a infância, as crianças teriam mais consciência, apagariam as luzes dos quartos, seriam mais coerentes com suas demandas. Então estas crianças crescem e se tornam em dois tipos de adultos: o que não sabe aproveitar a vida, pois se recusa a coçar o bolso, ou o outro que é aquele que gasta demasiadamente e não consegue fazer grandes planejamentos.

Mara Luquet exibe seu mais novo livro; lançamento nesta quarta-feira (24) (Foto: Eli Cruz/iBahia)

Seu livro propõe ser bem didático. Seu propósito é mesmo elucidar algumas das principais dúvidas da população, em geral?Meu objetivo é fazer da informação um instrumento para empoderar o cidadão. Não tenho nenhuma ambição de tomar a decisão pelo leitor, apenas dou artifícios para que ele entenda o que é melhor para ele.Em tempos de crise econômica no Brasil, como se planejar para não só evitar entrar no vermelho, mas também encontrar um jeito de manter as atividades de lazer e ainda conseguir realizar investimentos?Se não for possível fazer investimentos, não há razão para sofrer por isso. Mas se você puder começar, mesmo que com pouco – e quando eu digo pouco, é pouco mesmo, coisa de R$ 5 –, já é bom. Se você esperar sobrar dinheiro para fazer um investimento, nunca irá começar.Qual o passo a passo para a longevidade?O primeiro passo é cuidar do seu maior patrimônio, que é a sua saúde. Nada deve servir de motivo para você descuidar da sua saúde. O custo medico da manutenção da saúde é alto, mas fazer o trabalho de prevenção é barato. Comer bem, é barato. Se exercitar, é barato. Outro passo é ser mais tolerante, se estressar menos com aquilo que pode ser evitado.No título do seu livro aparece a frase “o futuro é”, e não “o futuro será”. A partir disso, que futuro podemos prever para o brasileiro?Nós nunca reunimos tantas condições boas para garantir um futuro melhor. Parece surreal, mas é verdade. Basta lembrar que a gente vem de uma época de ditadura com hiperinflação. E agora nós temos o combate à corrupção acontecendo, temos mais democracia, mais transparência. O legado da crise é esse: agora aprendemos da importância na hora de votar em um deputado, um senador, pois sabemos que eles são capazes de parar a economia. E não me refiro a um ou outro partido, mas política é assim.