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Mãe Bernadete: netos que presenciaram crime prestam depoimento

Líder quilombola e ialorixá foi assassinada na última quinta-feira (17); caso está sendo investigado

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Redação iBahia

21/08/2023 às 14:55 • Atualizada em 21/08/2023 às 18:02 - há XX semanas
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					Mãe Bernadete: netos que presenciaram crime prestam depoimento
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os dois netos de Mãe Bernadete, assassinada na última quinta-feira (17)dentro do quilombo Pitanga dos Palmares, prestaram depoimento nesta segunda-feira (21). Ambos estavam junto com a líder religiosa no momento do crime.

De acordo com o Jornal Hoje, que teve acesso aos depoimentos, Wellington dos Santos, de 22 anos, contou que um dos assassinou aparentava ter 25 anos e 1,70 de altura. Já o segundo suspeito era mais jovem, com cerca de 20 anos, e mais forte.

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Ainda segundo neto da ialorixá, não existe conflito agrário envolvendo o quilombo e que também não se recorda de inimizades ou ameaças recebidas pela avó. No entanto, ele mencionou que Mãe Bernadete tinha muitos medos, especialmente após o assassinato do filho dela e pai de Wellington, "Binho do Quilombo".

Ele também relatou à polícia e Mãe Bernadete pegava no pé de um policial militar da reserva que mora perto. Os dois teriam muitos desentendimentos.

Já a irmã caçula de Wellington, que também estava na casa no momento do crime, revelou em depoimento que os assassinos da avó fugiram levando 5 celulares: o da avó Bernadete, o seu, o de um primo que estava com ela, o do irmão Wellington e de outro primo Pedro que não estava no local.

Investigações

O Governador da Bahia revelou que a Polícia Civil trabalha com três linhas de investigação no assassinato da ialorixá Maria Bernadete Pacífico. A declaração foi dada durante um evento na Praça Irmã Dulce, no Largo de Roma, em Salvador, nesta segunda-feira (21). Segundo Jerônimo Rodrigues, as teses seriam intolerância religiosa, briga entre facções e disputas em território quilombola.

A de mais destaque pela Polícia Civil da Bahia é a de disputa entre facções criminosas – uma tese bem divergente da apontada por especialistas em conflitos envolvendo quilombolas e pelos advogados da família de Bernadete.

"Essa tem sido, na tese da Polícia Civil, a mais premente, a que 'possa acontecer' [pode ter acontecido]. Se isso aconteceu, da mesma forma [que as outras teses] não haveremos de nos debruçar sobre ela, em uma parceria integrativa com o governo federal, com a Polícia Federal", disse o governador.

A principal tese levantada pelos especialistas é a de disputa pelo território quilombola. Jerônimo Rodrigues relatou que apesar não ser a principal linha de investigação da Polícia Civil, buscou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para regularizar o terreno quilombola. O gestor citou ainda que muitas autoridades procuraram ele para ajuste da situação e se solidarizando com a morte de Mãe Bernadete.

"Há uma expectativa de que esse caso não tenha relação direta com o território, mas uma tese que mesmo não acontecendo, o problema existe. Nós já nos manifestamos com o Incra para que a gente possa acelerar o processo de regularidade daquele terreno, daquele território".

"Não só dele, mas um conjunto de territórios quilombolas e indígenas que a gente precisa aproveitar. É responsabilidade nossa. Mesmo não sendo por causa do território, nós entendemos que é um problema que temos que enfrentar".

Na última sexta-feira (18), a Polícia Civil confirmou que as armas utilizadas no assassinato de Mãe Bernadete são de uso restrito. Investigações preliminares indicam que a ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares foi morta com tiros de calibre 9mm.

As investigações estão em curso e envolvem agentes de departamentos como de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), e Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), e da Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF). Vale destacar que a agência de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao estado uma "investigação célere, imparcial e transparente".

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