As pequenas empresas baianas seguem otimistas, apesar da crise econômica crescente desde último ano. A prova disso foi o aumento de 9% no número de negócios abertos entre 2014 e 2015, passando para mais de 632 mil. Só neste ano, até o final de novembro, foram iniciados 54,8 mil novos negócios. Segundo dados divulgados ontem pelo Sebrae Bahia, o comércio ainda lidera com 59% o ranking dos setores de maior representatividade entre os pequenos negócios. "Estamos em um ano de crise e que, apesar de falarmos muito em retração, a gente vê um crescimento expressivo no número de novas empresas", comentou o superintendente do Sebrae Bahia, Adhvan Furtado. O comércio é seguido pelos setores de serviços, com 28,1%, indústria, 8,1%, e construção civil, 4,6%.
Salvador concentra o maior número das pequenas empresas, são 171,8 mil. No interior, Feira de Santana (39,9 mil) e Vitória da Conquista (19,6 mil) ocupam o segundo e terceiro lugar, respectivamente. Lauro de Freitas aparece logo depois com 16,1 mil pequenos negócios constituídos - número que ultrapassa Camaçari (14,3 mil), também na Região Metropolitana de Salvador.Segundo Adhvan Furtado, a quantidade de microempreendedores individuais já ultrapassou o número de Micro e Pequenas Empresas no Estado. "Nós temos um número grande de pessoas que saíram da informalidade e começaram seu negócio, mas estão na fase inicial, pois ainda faturam até R$60 mil ao ano", comentou o superintendente do Sebrae. Para o superintendente do Sebrae, um dos principais motivos que impulsionam o mercado para os MEIs, além do crescimento da classe média e a ampliação do consumo das classes D e C, é a escolaridade. De acordo com o Sebrae, 92% dos empreendedores possuem curso superior, mesmo que ainda incompleto. "Eles estão melhor preparados para enfrentar o desafio de empreender. E empreender no Brasil não é fácil. No dia a dia, há uma série de amarras que são complexas para quem precisa se engajar no trabalho", disse Adhvan. Apesar do crescimento no setor das micro e pequenas empresas, as projeções não são tão positivas para o final do segundo semestre deste ano. Segundo o Sebrae, os números estão oscilando e a perspectiva geral é de retração. "No segundo semestre percebemos uma piora. Em setembro gerou empregos, mas em outubro perdeu empregos. A também vai perder, porém com muito menos velocidade que as grandes empresas. Mas a expectativa é que a gente tenha a Micro e Pequena Empresa como um motor para tirar o país da crise", explicou Adhvan. Promoções no natalPara dar conta da principal data comemorativa do ano para o varejo, os micro e pequenas empresários resolveram adiantar para o Natal as alternativas para alavancar as vendas normalmente feitas em janeiro.De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quatro em cada dez empresários vão fazer promoções em seus produtos e serviços. Esse número representa 43% adeptos em todo o país. Ainda de acordo com o levantamento, 49% dos empresários do setor de comércio estão fazendo ou farão promoções em suas lojas em dezembro focando no período natalino. Já o setor de serviços compreende uma parcela menor, 38%. Apoio ao pequeno negócio Em 2015, uma a cada quatro empresas baianas recebeu orientação, capacitação, ou consultoria para driblar a crise e perceber outras oportunidades nesse ambiente crítico. Dos 632 mil pequenos negócios em operação na Bahia, 26% já foram atendidos pelo Sebrae. Em fevereiro de 2016, o Sebrae lança um novo modelo de consultoria virtual para levar informação e suporte de qualidade onde o empresário estiver. O especialista vai, de dentro de uma sala, falar diretamente com o cliente em qualquer lugar do estado pela internet gratuitamente. "Toda vez que o empresário precisar de atendimento de um especialista de qualquer área, inclusive em direito do consumidor que é uma dúvida recorrente, basta ir até um ponto de atendimento do Sebrae ou direto na internet", contou Franklin Santos, diretor de atendimento do Sebrae Bahia. Na plataforma também será possível compartilhar documentos e planilhas na mesma tela durante o atendimento de até uma hora.
Foto: reprodução / Sebrae |
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