A estudante Stefani Firmo, de 24 anos, ainda tenta se recuperar do trauma sofrido ao ter o rosto cortado durante uma viagem de ônibus, de Recife (PE) para Salvador (BA). O caso aconteceu na madrugada do dia 29 de novembro, e completa seis meses nesta segunda-feira (29). A jovem foi atacada enquanto dormia e recebeu 18 pontos no rosto.
Em entrevista ao g1 Bahia, Stefani afirmou que tem tido uma boa recuperação, mas que avalia a necessidade de fazer um procedimento estético no rosto.
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"Eu estou tendo uma ótima cicatrização graças aos cuidados que tenho. Hoje está bem mais tranquilo. No início do ano, eu não conseguia nem me olhar no espelho", afirmou.
A agressão aconteceu quando o coletivo passava pelo município de Conde, no litoral norte da Bahia. As imagens de câmeras de segurança do veículo mostraram o momento em que uma passageira se levanta e se aproxima da vítima, que depois sai pedindo por socorro. Após o ataque, a polícia apreendeu uma faca que estava com uma passageira sentada na frente da vítima.
O objeto foi enviado para a perícia, a passageira foi identificada e responde em liberdade por lesão leve. Segundo a Polícia Civil, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim) pela Delegacia do Turista (Deltur) do município. A polícia afirmou ainda que os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluíram a lesão leve.
No entanto, de acordo com a defesa da estudante, exames complementares fizeram com que um médico alterasse a tipificação da lesão para grave. Agora, os advogados da vítima aguardam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) alterar o status da agressão e seguir com o processo.
"Eu temia que ela respondesse em liberdade se a lesão fosse considerada leve", disse Stefani ao G1.
Até o momento, a estudante baiana não teve contato com a suspeita do crime. Ela também não sabia que a mulher tinha assinado um Termo Circunstanciado de Ocorrência.
"Eu não tenho nenhuma informação sobre ela, se já encontraram e buscaram para depor novamente. Não tenho notícia", contou.
Conforme a estudante, a sensação que ela tem é de impotência, já que nada foi feito com a pessoa que a agrediu. "Depois de seis meses, eu acredito que o mínimo que deveria ser feito era essa mulher estar presa, já que tem tudo que prova que foi ela", disse.
Recuperação da autoestima
Em janeiro deste ano, a estudante estava bastante abalada com a situação, porque a marca da cicatriz era mais evidente. “Eu não me reconhecia, não consigo nem explicar como estava”. A baiana tem aliado os cuidados com a pele com a frequência em consultas com uma psicanalista.
"Ela [a profissional] foi um presente que Deus me mandou. A gente se reúne toda semana e agora estou bem melhor", contou. A estudante acredita que o processo de recuperação da autoestima é processual e vai levar alguns anos.
"Nesse período eu tive oscilações no emocional, não conseguia parar de chorar, era como se eu tivesse perdida. Mexeu muito com minha autoestima, mas com a evolução da cicatrização passei a ficar mais confortável", revelou.
Stefani Firmo conta que espera que a agressão contra ela não fique impune. “Como que uma pessoa ataca outra no ônibus e fica por isso mesmo? Eu espero que ela pague pelo que fez”, disse.
Redação iBahia
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