Dois dias depois de suspender o transporte no bairro de Santa Cruz, os rodoviários prometem voltar a circular a partir das 6h desta terça-feira (1º). Desde a noite de sábado (29), o serviço foi interrompido e o final de linha está funcionando na Avenida Juracy Magalhães, próximo ao Parque da Cidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a decisão foi tomada pelo Comitê Integrado de Defesa do Transporte Rodoviário. Os ônibus deixaram de entrar no bairro depois que moradores ameaçaram queimar um coletivo durante protesto pela morte de William Alexsandro Fiúza Conceição, 18 anos. Há alguns dias houve uma situação similar em Valéria. Lá, apesar de o comunicado dizer que os ônibus voltariam a circular a partir das 6h o serviço só foi regularizado, na verdade, a partir das 9h.
Ônibus aguardam no final de linha improvisado, na Avenida Juracy Magalhães(Foto: Betto Jr/ CORREIO)
O corpo de William foi sepultado nesta segunda-feira (31), no Cemitério Municipal de Brotas. A Polícia Militar informou que uma viatura da Rondesp fazia rondas no bairro quando foi recebida a tiros. William foi baleado no peito e na cabeça e não resistiu aos ferimentos. Os PMs apresentaram uma pistola ponto 40 no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) dizendo ter sido encontrada com o jovem.A família de William contesta a versão da polícia. Segundo uma das tias da vítima que preferiu não se identificar, William estava trabalhando no lava jato na frente de casa e parou para almoçar com os amigos quando os policiais da Rondesp apareceram. “Eles vieram do Alto da Santa Cruz já cercando os meninos. Não tinha nenhum traficante ali e os policiais chegaram atirando, o que fez os meninos descerem correndo dos tiros no sentido da invasão Nova República”, disse. Segundo ela, no local havia outro grupo de policiais. “Um tiro pegou no tórax de meu sobrinho e depois que ele já estava caído deram outro na cabeça dele”. Um adolescente de 16 anos também foi baleado e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE). O quadro de saúde dele não foi divulgado. Segundo a Polícia Civil, nem William nem o adolescente têm registro policial. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios do DHPP.
