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Para obra do metrô, lagoas da Paralela serão aterradas e refeitas

Nas redes sociais, moradores se diziam surpresos com o esvaziamento das lagoas

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06/11/2015 às 15:58 • Atualizada em 01/09/2022 às 2:39 - há XX semanas
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Mesmo coberta pelos tapumes, a drenagem das águas de duas grandes lagoas no canteiro central da Avenida Paralela não passou despercebida. Do alto da passarela que liga o Imbuí a Narandiba, o rodoviário aposentado Elienai Avelino Teixeira, 62 anos, ficou surpreso com a mudança do cenário. “Cada dia que eu chego aqui, muda”, disse sobre o trabalho iniciado essa semana para implantação da Linha 2 do Metrô, que vai ligar o Acesso Norte até Lauro de Freitas.De acordo com a CCR Metrô Bahia, responsável pela obra, tanto a lagoa do Imbuí como a que fica em frente ao o condomínio Flamboyant serão esvaziadas e aterradas para a construção de vias elevadas, que vão permitir a passagem dos vagões do metrô por cima da lagoa. A empresa garante, no entanto, que as lagoas serão recompostas após a instalação das vias elevadas e informou ainda que a drenagem obedece às normas exigidas por lei.
Novo cenário na Paralela: local será esvaziado e aterrado(Foto: Evandro Veiga/CORREIO)
“As duas lagoas, localizadas no canteiro central da Paralela, são bolsões de retenção de água (lagoas artificiais) que compõem o sistema de macrodrenagem da via”, informou, em nota, a CCR Metrô. No projeto, que deve durar quatro meses, está garantida a limpeza da área, inclusive de detritos e assoreamento pré- existentes. O trabalho deve garantir que a capacidade de armazenamento das lagoas seja restabelecida. Também está prevista a cobertura vegetal das margens, com um projeto paisagístico.LicençaA licença ambiental para as modificações nas duas lagoas da Avenida Paralela foram concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), autarquia do governo estadual.O bombeamento para retirada da água foi iniciado de forma parcial em 31 de outubro, mas o trabalho se intensificou na última semana. O resgate da fauna já foi realizado, segundo a CCR, com a presença de um engenheiro ambiental e florestal. As espécimes, de acordo com a empresa, foram relocadas para lagoas do Parque da Cidade, do 19º Batalhão do Exército e outra na margem da Paralela, em frente ao shopping.Repercussão Nas redes sociais, moradores se diziam surpresos com o esvaziamento das lagoas. Um deles é o leitor do CORREIO Max Machado, que enviou email alertando sobre a operação. “Os moradores estão preocupados. É preciso que seja feito alguma coisa antes que a lagoa suma de vez”.
Lagoa em frente ao Imbuí esvaziada; água foi drenada e local será aterrado para receber estrutura do metrô (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)
Quem também se posicionou foi a administradora de condomínio Maria das Graças, 44, que passa pela passarela do Imbuí todos os dias em direção à faculdade Unime, onde estuda. “Achei um absurdo e um desrespeito com a natureza, com o meio ambiente. Inclusive, deveriam fazer um parque ecológico”, sugeriu.O projeto prevê a compensação das árvores removidas, com o replantio de 6.700 árvores ao longo dos cerca de 20 quilômetros do novo parque que será erguido junto com a nova linha do metrô. O volume de árvores será, segundo a CCR, três vezes maior que o existente atualmente no canteiro central.O ambientalista Renato Cunha afirmou que a modificação causará impacto — mas é difícil precisar a extensão sem estudos. “Claro que muda. Mas é difícil dizer que terá um grande impacto, até porque não é uma área natural, são lagoas represadas na época da construção da Paralela”, analisou.Em nota, a concessionária explicou que foram analisadas as características das lagoas. “A primeira não é perene, ou seja, seca nos períodos de baixo índice pluviométrico. Já a lagoa da região Flamboyant, é perene e seu volume é controlado pela permeabilidade no solo e por um bueiro que conduz a água para o sistema de macrodrenagem do município, evitando que a água da lagoa atinja as pistas da Paralela”.Ainda conforme a CCR, o projeto da linha 2 do metrô prevê a implantação da via metroviária em uma faixa de 16 metros de largura no canteiro central da Paralela. A faixa terá, em ambos os lados, cercas vivas de vegetação, jardins e árvores.
Lagoas secaram(Foto: Evandro Veiga/CORREIO)
Licença ambiental autoriza retirada de 1.400 árvores na ParalelaA licença ambiental para as obras da linha 2 do metrô foi concedida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) em dezembro de 2014, com duração de seis anos. O equipamento será implantado sobre o canteiro central da Avenida Paralela e a permissão é válida para o trecho compreendido entre as estações Pernambués e Mussurunga.De acordo com o Inema, a implantação do empreendimento resultará na retirada de 1.364 árvores: 609 nativos, 740 exóticos e 15 espécimes mortas. “A maior parte das espécimes arbóreas foi plantada com fim paisagístico e sem qualquer característica de ecossistema florestal”, informou, em nota, o instituto sobre a flora local. Segundo o órgão estadual, todo projeto tem que estar de acordo com a Lei nº 11.428/2006, que estabelece que o corte e a supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica são condicionados à compensação ambiental, em área equivalente, com as mesmas características ecológicas e na mesma bacia hidrográfica.O CORREIO tentou contato com o secretário municipal da Cidade Sustentável, André Fraga, mas não obteve sucesso.
Correio24horas

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