Mulheres de pelo menos dez movimentos sociais ligados às questões de gênero em diversos âmbitos fizeram uma passeata na tarde de hoje (8), em Salvador, pelo Dia Internacional da Mulher. Durante o ato, centenas de mulheres saíram do Campo Grande, no centro de Salvador, em direção à Praça Castro Alves, com faixas e cartazes com dizeres como "Nas ruas contra o conservadorismo na política, economia e vida das mulheres".Antes de saírem às ruas, elas se reuniram no Campo Grande em intervenções como confecções de faixas e cartazes, apresentações de capoeira e música, além de um tiro elétrico, que acompanhou a passeata.Entre as pautas, segundo as manifestantes, não há novidade: a busca pelos direitos iguais, por mais representatividade nos cargos de poder, o direito ao corpo e o combate ao machismo e ao sexismo. A integrante do movimento Marcha Mundial das Mulheres, Maíra Guedes, da cidade de Itabuna (BA), diz que o machismo não existe por acaso. Segundo ela, existe um interesse para a "sustentação do machismo", na sociedade."A gente está se organizando em três eixos principais: trabalho, violência e corpo. Pensando o que sustenta isso que faz com que a gente morra todos os dias, com que a gente seja explorada e receba menos que os homens. Agora é importante colocar nas ruas o que pode balançar as estruturas. Acho que o feminismo tem a possibilidade de defender outro mundo, é outra forma de organizar a sociedade", diz a militante de 29 anos. "As redes sociais ainda são muito restritas a algumas mulheres, mas utiliza-la como instrumento de luta e de combate ao machismo é fundamental."Durante a concentração, a percussão dos tambores femininos deram o tom às canções de resistência da mulher. "Abre-alas que as mulheres vão passar. Com essa marcha muita coisa vai mudar. Nosso lugar não é no fogo ou no fogão. A nossa chama é o fogo da revolução", diz uma das canções que as mulheres cantaram durante o ato.Para a representante do Conselho Baiano de Defesa dos Direitos da Mulheres, Marta Rodrigues, algumas conquistas podem ser comemoradas, mas ainda há muito o que ser feito pelas mulheres.A vice-coordenadora estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), Rosa de Souza, diz que desde menina participava dessa caminhada. “Durante essa trajetória de luta, a gente tem visto esse ato como uma característica de resistência das mulheres, para mostrar o seu papel na sociedade. Porque apesar dos avanços, ainda há muito o que conquistar", disse.Rosa diz que as mulheres continuam no processo de serem secundarizadas. “Por isso que a briga pela igualdade e oportunidade no mercado de trabalho, a equiparação salarial, as mesmas condições nos cargos de chefia, são bandeiras importantes. Tem a questão da mulher no poder, que ainda tem um índice muito irrisório".Também presente no ato pelas mulheres de hoje (8), a Secretária de Política para as Mulheres do estado, Olívia Santana, disse que a Bahia ainda tem dados alarmantes em relação à violência contra as mulheres. "Segundo o mapa da violência, a Bahia está em 12° lugar nos índices nacionais. Quando a gente observa determinados municípios, são índices elevadíssimos que chegam até quatro vezes a média nacional. É uma chaga que nós estamos dispostas a enfrentar", declarou.
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