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'Patrimônio mais rico está nas pessoas', diz comerciante na Flica

Proprietária do Identidade Brasil bateu um papo com o iBahia e falou sobre a importância da Flica para a cidade

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Redação iBahia

06/10/2017 às 11:56 • Atualizada em 31/08/2022 às 17:45 - há XX semanas
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Fica na Rua Vinte Cinco de Junho um dos casarões mais charmosos e, talvez, famosos de Cachoeira. Logo na recepção encontrei dona Rosângela Cordaro, muito simpática, ainda atendia uma outra pessoa quando me perguntou docemente com um sorriso:"Como posso te ajudar?". Minutos depois, já livre e quando eu expliquei o motivo da visita, ela me ofereceu uma cadeira para sentar e conversarmos. Aproveitei para me recompor dos estragos do mormaço. A diversidade dos objetos, distribuídos harmonicamente, cheios de cor e detalhes, roubou minha atenção por diversos minutos. Finalmente concentrada, a conversa fluiu. Rosângela é natural da cidade São Paulo e chegou à Bahia há oito anos. "Eu me mudei para Cachoeira pela oportunidade de entrar em contato com a cultura do Brasil. Eu tinha interesse nas questões afro", explicou.

Foto: Naiá Braga

O casarão, conhecido como Identidade Brasil, na verdade, é o Instituto Cultural Afro-Brasileiro, que funciona como um centro de pesquisa. Os recursos para manter a instituição vêm do restaurante e pousada que funcionam no local. Ao todo, são quatro funcionários e seis quartos temáticos, sendo três suítes, todos inspirados em orixás. Além de comerciante, Rosângela é mestranda em Arte Popular e Diáspora da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB).

Questionada sobre a movimentação da cidade nos dias da Flica, Rosângela foi enfática ao dizer que mudou o perfil do público entre as edições da festa. "Mudou bastante o público.Agora é mais horizontal, menos elitizado. Você consegue ver os estudantes de escola passarem por aqui", falou apontando para a janela que dava para a rua. Um pouco mais preocupada, me olhou nos olhos e para o papel das anotações. "Eu não sei como você vai colocar isso aí, mas é muito significativo ver essa mudança. O público é mais negro. A fala é mais voltadas para a questão negra. E o nosso patrimônio mais rico está nas pessoas", refletiu.

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Foto: Naiá Braga

Para a pesquisadora, a Flica tem sido feliz nas edições por contemplar a discussão de temas da cultura local e permitir uma ligação mais consistente com a academia e a comunidade

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