A Polícia Civil investiga um ataque de intolerância religiosa sofrido por um terreiro de candomblé localizado no bairro de Areia Branca, Lauro de Freitas. O terreiro, que é novo e está em obras, foi vandalizado nesta semana. No local, foram encontradas pichações com a mensagem 'O sangue de Jesus tem poder' além de um folheto de divulgação do Congresso das Testemunhas de Jeová.
"Estive lá no terreno hoje (12) e, ao chegar lá, as paredes e os quartos dos orixás estavam todos pichados, com as mensagens e um panfleto da igreja. Não sei se foram eles. Mas é intolerância religiosa e a nossa religião sofre isso desde sempre e se a gente ficar parado não vai mudar. Nós, que somos da religião, temos que nos unir", afirma a mãe de santo do terreiro, que preferiu não se identificar. Ela prestou queixa na 27ª Delegacia (Itinga) neste sábado (12) e disse que irá aguardar a conclusão das investigações e pleitear a punição do autor do delito e a reparação dos danos.
Segundo a líder religiosa, os criminosos também quebraram ebós e materiais do terreiro que estavam próximos a uma árvore sagrada (foto principal). "Estamos em funcionamento há muito
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tempo, em Salvador, e queremos respeito. Vamos levar a denúncia em frente, porque não podemos deixar isso acontecer. Vamos esperar que a polícia investigue para encontrar os culpados", diz.
Em entrevista ao Correio, a delegada de plantão Celinei Pinto Ramos, responsável pelo caso, disse que a Polícia Civil irá investigar os crimes de intolerância religiosa e racismo. "Abominamos qualquer tipo de intolerância religiosa, mas teremos que apurar. Há indícios de intolerância e racismo - porque a religião do candomblé sofre muito com racismo - porém, não podemos concluir nada agora", explica.
Segundo a delegada, a denúncia tem um prazo de 30 dias para ser apurada podendo ter o prazo estendido, a depender da complexidade das investigações. Uma vez confirmada, os criminosos podem ter pena de até um ano, no caso de não violência. Caso seja encontrado um autor que tenha influência sobre outras pessoas intelectualmente, a pena pode chegar a três anos.
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Redação iBahia
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