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Polícia retoma negociações para liberar reféns em FSA

Situação já dura mais de 15 horas, deixou oito pessoas mortas e, segundo a polícia, os reféns são familiares dos presos

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25/05/2015 às 8:26 • Atualizada em 02/09/2022 às 0:35 - há XX semanas
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A polícia retomou na manhã desta segunda-feira (25) as negociações para liberar os reféns - incluindo crianças - da rebelião no pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de Santana, a 108 quilômetros de Salvador. A situação já dura mais de 15 horas, deixou sete pessoas mortas e, segundo a polícia, os reféns são familiares dos presos. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Feira de Santana está no local negociando com os detentos.

Presos mantém 100 familiares reféns no pátio do Conjunto Penal. Rebelião começou às 15h de domingo (24)
A rebelião começou por volta das 15h deste domingo (24), durante o período de visitas, quando a administração do presídio percebeu que os internos haviam começado uma confusão. A briga que originou o motim, segundo a Polícia Militar, foi um “acerto de contas entre grupos rivais” que havia deixou um saldo de oito detentos mortos - um deles decapitado - e cinco feridos. O líder de uma das facções seria Haroldo de Jesus Britto, o Aroldinho, preso em janeiro de 2011 por roubo a banco, que teria sido morto por rivais. Durante a rebelião, cerca de 90 familiares dos detentos que faziam visitas foram feitos reféns. A liberação deles foi negociada até a noite de ontem pelo coronel Adelmário Xavier, comandante da Regional Leste da PM. De acordo com o diretor do Conjunto Penal, Clériston Leite, que começou a negociar com os presos logo após o início do motim, só é possível afirmar o número de mortos quando acabar a rebelião. “Eu não estou mais à frente das negociações, mas estamos aguardando o final delas para poder confirmar números. A princípio, são sete (mortos), mas a gente só vai ter certeza quando entrar lá”, disse. O superintendente de Gestão Prisional da Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (Seap), coronel Paulo César, afirmou, por volta das 22h de ontem, que a situação já estava mais tranquila. “Eles suspenderam a negociação agora à noite porque queriam entidades de direitos humanos lá, mas ninguém se fez presente, só imprensa e polícia. Os familiares que não querem sair”. De acordo com o secretário estadual de Administração penitenciária, Nestor Duarte, eles foram convidados a sair logo no início do motim, mas não quiseram. “A orientação é dar um tempo agora à noite, ficamos com tudo cercado, ninguém vai fugir, mas o fato é que nem os visitantes quiseram sair. Vamos vencer pelo cansaço”, disse o secretário, que viajou de madrugada para Feira.

Duarte confirmou que duas facções iniciaram o motim - uma mais nova teria se insurgido contra as ordens da mais antiga. Durante as negociações, um terceiro grupo que não é ligado a nenhuma das facções concordou em recolher os mortos. Sete corpos foram empilhados em um dos lados do pátio. Embora este seja o número confirmado de mortos, o secretário não descarta a possibilidade de existirem outros.Os detentos feridos foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no presídio e encaminhados ao Hospital Geral Clériston Andrade. De acordo com o coronel, três armas foram apreendidas - dois revólveres e uma pistola -, mas não estava descartada a possibilidade de se encontrar mais armamento no local. O motim tomou o Pavilhão 10 do Conjunto Penal, cujas 38 celas são ocupadas por 336 presos, embora a capacidade seja de pouco mais de 150. O pavilhão não é o único superlotado. Dados da Seap apontam que, até o último dia 19, havia 1.467 presos no local. A capacidade é para 644 - um excedente de 823. De acordo com o coronel Paulo César, o presídio passou por obras de ampliação. “A obra já está concluída, aguardando só a liberação de mais pavilhões. A capacidade sobe para 1.200”, disse. A população é de 1467 presos.
Correio24horas

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