A Bahia é única, disso ninguém duvida, e além da beleza da Baía de Todos os Santos, onde foi fundada a sua capital, há toda uma construção cultural fundamentada na história e na religiosidade. Por isso, os baianos perpetuam hábitos e, nem sempre, conhecem as origens deles: seja na comida, na música, no vocabulário, no jeito e nas roupas. Uma das tradições baianas é o uso de roupas brancas na sexta-feira, mas de onde surgiu este costume?
De acordo com o antropólogo e professor da Universidade Federal da Bahia, Vilson Caetano, dois fundamentos podem explicar este hábito e eles estão relacionados um ao outro.
“Primeiramente, podemos ligar este hábito à presença dos africanos islamizados na Bahia. Eles marcaram profundamente a cultural local, introduziram a religião no Brasil e representaram resistência contra a escravidão. Justamente na sexta-feira, os mulçumanos se vestem de branco para saudar Alá (divindade criadora do universo)”, pontuou Vilson Caetano, em entrevista ao portal iBahia.
No candomblé, Oxalá é representado pela cor branca, tem como dia da semana a sexta-feira e é considerado o criador dos seres vivos. O antropólogo explicou ainda que o branco pode ser determinado como a cor oficial de Salvador, pois evoca a paz e a nossa ancestralidade.
“O branco está presente em todos os ritos de passagem na nossa vida e nas religiões de matrizes africanas. Há também o culto ao orixá Oxalá e historicamente, no sincretismo religioso, dialogou com a figura de Alá. A união desses dois fatores pode explicar o uso da roupa branca dos dias de sexta-feira por grande parte dos baianos”, finalizou o antropólogo.
Leia também:
Desta forma, o hábito do uso de roupas brancas no dia de sexta-feira se dá, historicamente, pela influência dos africanos islamizados na Bahia que usam roupas brancas na sexta-feira para cultuar Alá e também pela devoção a Oxalá que tem como dia a sexta-feira e como cor o branco.
Veja também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!