O prefeito de Jequié, cidade do sudoeste da Bahia, criticou a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), na manhã desta terça-feira (27). O motivo foi o aumento da vazão da Barragem de Pedra, na Bacia do Rio de Contas, que provocou o alagamento do município na segunda-feira (26).
A Chesf informou, em nota, que avisou às cidades sobre a medida. No entanto, o prefeito Zenildo Brandão Santana, mais conhecido como Zé Cocá, alegou que esses avisos não foram dados com antecedência para que as pessoas pudessem salvar os próprios bens.
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"Nos últimos dias, a Chesf só chamou a gente às 10h da manhã, para comunicar o aumento da vazão. Ontem [segunda, 26] a mesma coisa, aumentaram para 1.800 [m³/s] ao meio-dia. Depois mandaram um comunicado de que foi para 2.400 [m³/s]. Isso foi rápido. Quando o pessoal começou a tirar as coisas, em uma hora já estava tudo debaixo d’água", contou o prefeito em entrevista à TV Bahia.
"A Chesf tem por obrigação nos avisar e nos notificar de que seria alagado no mínimo com 24 horas. E 24 horas ainda é pouco para todo mundo retirar suas coisas", completou.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que monitora as barragens em todo o estado, disse que o volume de água liberado pela barragem foi três vezes maior do que o limite estabelecido para evitar inundações.
O órgão analisa ainda os procedimentos da Chesf, para saber se todos os protocolos de segurança foram seguidos. Em contrapartida, a companhia informou que se não liberassem água, a barragem poderia estourar.
Barragens com volume alto
Em todo o estado, há cerca de 800 barragens cadastradas no Inema. Segundo o g1 Bahia, as maiores servem para geração de energia ou abastecimento de água. No início do mês, do total de barragens que tiveram considerável elevação no nível de água, quatro estão nas regiões mais atingidas pelos temporais.
Só entre as dez barragens operadas pelo estado, entre elas Pedra do Cavalo, no recôncavo, apenas uma está com nível abaixo de 70%. Outras seis já ultrapassaram os 100% de volume.
A Barragem do Aipim, na região norte, está quase um metro e meio acima da régua de medição. Segundo o próprio Inema, nenhuma barragem corre risco de romper.
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Redação iBahia
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