São Rafael realiza transplante de célula tronco com sucesso

Nos últimos nove anos, um policial baiano de 47 anos ficou preso a uma cadeira de rodas. Depois de ter sofrido um acidente, ele não tinha nenhum movimento da cintura para baixo. Mas desde o dia 14 de abril, a situação mudou. Ele foi submetido a um transplante de célula tronco na médula óssea e já apresentou avanços na musculatura responsável pelo fluxo de fezes e urina, e não usa mais fraldas. O caso bem-sucedido foi resultado de cinco anos de pesquisa por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz e do Hospital São Rafael, em Salvador, onde existe um dos mais modernos centros de terapia celular do país. Antes de aplicar a técnica no paciente, os especialistas a testaram em animais e obtiveram bons resultados. Uma semana após o transplante, o policial baiano já começava a apresentar evolução, como sensibilidade e melhor postura ao sentar. Os médicos, porém, ainda não afirmam se ele e outros 19 pacientes que também receberão as células troco voltarão a andar normalmente. O coordenador do programa de transplantes, Ricardo Ribeiro, diz que "esse paciente pode ter ainda outras melhoras e os outros podem ter melhoras maiores, ou iguais ou piores". O jeito é esperar para que o tempo mostre os desdobramentos. O policial, porém, nutre grandes esperanças de recuperar sua capacidade de locomoção: "Eu sempre gostei de ir à praia, poder tomar um banho de mar sem que ninguém te carregue, né? Poder ir a um estádio, que eu sempre gostei de futebol, poder jogar um futebol, ir a shopping, fazer o que eu sempre fazia".