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Secretarias cumprirão lei de combate ao câncer, mas admitem falha

Desde a última quarta-feira está em vigor a lei que obriga o SUS a iniciar o tratamento dos pacientes de câncer em até 60 dias após a descoberta da doença

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26/05/2013 às 20:28 • Atualizada em 02/09/2022 às 7:05 - há XX semanas
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Desde a última quarta-feira está em vigor a Lei nº 12.732/12 que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a iniciar o tratamento contra o câncer num prazo máximo de 60 dias após o diagnóstico da doença.Na Bahia, as centrais de regulação de pacientes afirmam que estão concentradas em atender à determinação legal, mas reconhecem que os serviços públicos de oncologia ainda precisam avançar muito para alcançar a excelência. Entre os principais gargalos para um atendimento ideal estão: a dificuldade de conseguir um diagnóstico rápido, a locomoção de pacientes vindos do interior e o limite de cotas de cirurgia para a rede conveniada ao SUS. Afinal, a lei estabelece o tempo máximo para o início do tratamento, mas não garante rapidez no diagnóstico precoce, fato que ampliaria as chances de cura e o uso de tratamentos menos agressivos.Diagnóstico O tempo, por exemplo, foi um oponente cruel para a cuidadora Luziene de Oliveira Santos. No Carnaval do ano passado, ela começou a sentir fortes dores nas costas. Sem plano de saúde, ela acreditava que seu sofrimento era parte de problemas na coluna, mas as dores só pioravam. Preocupados com o sofrimento da funcionária considerada como parte integrante, a família Cerdeira bancou os exames no Hospital Cárdiopulmonar, que identificaram várias lesões nos pulmões. Sem saber qual era o diagnóstico exato, mas com fortes suspeitas de tuberculose, Luziene foi encaminhada ao hospital de referência Octávio Mangabeira. Depois de um mês de internamento, com a realização de diversos exames e muitos deles bancados pelos patrões, que ficaram penalizados com a demora na identificação do problema, ela foi diagnosticada com câncer no pulmão.A partir daí, a família Cerdeira passou a lutar junto da família de Luziene para conseguir que ela fosse transferida e tratada no Hospital Aristides Maltez. No mesmo local, a matriarca dos Cerdeira, falecida meses antes, havia sido tratada para combater um câncer ginecológico. “Iniciamos uma verdadeira cruzada para conseguir inserir Luziene na regulação para o Aristides Maltez (HAM). Foi preciso pressionar e brigar para que ela não demorasse em ser tratada”, completa Grace Kelly Cerdeira, que acompanhou de perto a luta da amiga, que só teve o problema identificado muito tarde e deixou um filho de 3 anos. “Já havíamos perdido minha mãe e não queríamos deixar que o mesmo acontecesse justamente a quem cuidou tanto dela”, completa emocionada. A convivência diária nos corredores do HAM mostrou uma realidade dura enfrentada pelos pacientes. “Era muita gente arrasada pelo sofrimento que a doença traz e pela própria conjuntura que torna o tratamento muito difícil”, completa Grace. InvestimentosO superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde (Suregs), Andrés Alonso, garante que, desde 2007, o governo vem investindo para mudar a realidade de pacientes como Luziene e já conseguiu ampliar o atendimento em 40%. O representante da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) ressalta que a Bahia é uma das unidades da federação que mais tem avançado na ampliação da rede de assistência oncológica. “Estamos na ponta do rastreamento do câncer de mama, por exemplo”, pontua e defende que a lei deve ser implementada com sucesso no estado, mesmo reconhecendo que ainda falta avançar. “A responsabilidade em garantir o atendimento rápido ao paciente oncológico é compartilhado entre o governo federal, estadual e entre os municípios que possuem a gestão plena”, esclarece.Com uma postura parecida, a subcoordenadora da Comissão de Oncologia da Regulação do Município, Marília de Sant’Ana, ressalta que Salvador concentra a maior rede prestadora de serviço no estado e vem trabalhando para alcançar um serviço com qualidade superior. “O município tem contratos com os hospitais Martagão Gesteira, Aristides Maltez, São Rafael e Santa Izabel e eles vão se adequar para garantir o cumprimento da lei”, assegura a enfermeira, ressaltando que a Secretaria Municipal de Saúde já realiza um controle na prestação de serviços oncológicos por meio de uma série de medidas como as reuniões mensais, as visitas às unidades e as entrevistas aos pacientes. “Agora, o controle será ainda maior”, diz. Para o oncologista Marcos Lyra, é claro que a lei é benéfica porque o tempo é determinante quando o assunto é o câncer, mas não adianta pensar em uma medida como essa sem uma reestruturação no atendimento. “Tratar uma pessoa com câncer não é uma tarefa que dependa apenas do oncologista, do diagnóstico até o tratamento há uma rede de profissionais atuando, que vai desde o patologista até o psicólogo”, explica o médico.
OFTALMOLOGIA Ação em shopping orienta sobre riscos do glaucomaPara comemorar o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, a Alclin, Hospital de Olhos André Lavigne, promove uma ação preventiva com orientações e exames para detectar a doença. O posto de atendimento será montado no piso L2 do Salvador Shopping, amanhã(27). O objetivo da parceria entre as instituições é chamar a atenção para os problemas da visão e ressaltar a importância de ir regularmente ao oftalmologista. No local, as pessoas também poderão receber informações sobre doenças mais graves, como a catarata.Horário: das 9h às 22h/Local: Piso L2 - Salvador Shopping (próximo à loja Brooksfield).Câncer deve ser tratado como prioridadeA determinação federal que obriga o início do tratamento em até 60 dias para a pessoa com câncer considera efetiva a primeira sessão de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia feita, de acordo com a necessidade do paciente, atestada pelo médico. Segundo o oncologista e membro do Conselho Regional de Medicina, Alessandro Glauco, a determinação da lei tem efeito apenas para a saúde pública e funciona como uma meta a ser atingida. “ A determinação não tem base científica e, para alguns tipos de câncer estipula um prazo adequado, no entanto para outros casos, como a leucemia, o espaço se torna muito longo”, explica o conselheiro. Ele lembra que, independente de leis, o tratamento do câncer é considerado uma urgência médica e tem prioridade. Na rede pública, o início do diagnóstico é sempre pedido por um clínico que, após avaliar a queixa do paciente, solicita exames e, de posse dos resultados, encaminha o paciente para um centro de referência especializado para que sejam feitas análises mais detalhadas que comprovem a malignidade e o tratamento possa ser iniciado.Matéria original Correio 24h Secretarias de Saúde dizem que cumprirão lei de combate ao câncer, mas admitem falhas

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