Sindicato entra com ação de denúncia no MP contra o Hotel Pestana

O Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Bares, Restaurantes e similares de Salvador e região (SindhotéiS) entrou com uma ação de denúncia no Ministério Público contra a demissão de 150 trabalhadores no Hotel Pestana do Rio Vermelho. Segundo o SindhotéiS, a diretoria do sindicato vem recebendo várias denúncias dos trabalhadores do Pestana, sobre a contratação de pessoas com salários reduzidos ocupando as mesmas funções dos que foram demitidos."A qualificação do profissional, o salário, as condições de trabalho e a forma de contratação influenciam diretamente na qualidade do serviço. No entanto, o hotel Pestana não está preocupado com o serviço prestado para o turista, visa somente o lucro", disse o presidente do SindhotéiS, José Ramos. Ainda de acordo com o Sindhotéis, a diretoria do sindicato se reuniu com a gerência do Pestana para tentar evitar as demissões, que continuaram.

Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis realizou ato em frente ao Pestana, no Rio Vermelho, nas manhãs dos dias 13 e 14 de outubro(Foto: Dayanne Pereira/Divulgação)

"O Pestana não pode contratar novos funcionários e pagar um salário menor do que outro trabalhador que exerce a mesma função. Não vamos admitir essa falta de respeito com o trabalhador! Além disso, existe uma pressão muito grande em cima dos trabalhadores que permaneceram no hotel, pois estão sobrecarregados com o serviço acumulado, por conta da redução de pessoal”, informa Ramos.Procurado pelo CORREIO, o Grupo Pestana classificou como "injusta e ilegal" a denúncia feita pelo SindhotéiS. Segundo o grupo, o sindicato concentrou os efeitos de uma crise econômica que é nacional e de conhecimento público em apenas um hotel. O grupo salientou ainda que, devido à crise, já ocorreram mais de 6 mil demissões de trabalhadores, espalhados em diversos hotéis da capital e de outras zonas turísticas do Estado."O grupo reitera seu respeito aos hóspedes e colaboradores através da qualidade sempre buscada no atendimento dos clientes, que pode ser comprovada por sua própria história no cenário do turismo baiano", afirmou o Pestana por meio de um comunicado oficial. Além disso, o Pestana afirmou que a ação "causou estranhamento à empresa, uma vez que o Ministério Público do Trabalho não recebe ações, não é Órgão Judicial. O Ministério Público do Trabalho recebe denúncias e a partir delas executa sua missão de investigar – para concluir se são procedentes, a bem da proteção dos trabalhadores".O Grupo Pestana negou também que as demissões tenham acontecido para tornar possível a contratação de novos empregados por valores mais baixos, além de ressaltar que os "empregados mais antigos da empresa e, portanto, com maiores valores remuneratórios mantem-se ativos e não foram desligados". Por fim, o grupo informou que a empresa seguirá com medidas econômico-administrativa-operacionais com o objetivo de impedir o fechamento como ocorreu com o antigo estabelecimento onde há mais de 12 anos a Rede Pestana iniciou suas operações no Brasil. Ato contra demissões Na manhã dos dias 13 e 14 de outubro, o SindhotéiS convocou os trabalhadores para uma ação de repúdio às demissões de mais de 150 trabalhadores no Hotel Pestana do Rio Vermelho. O ato aconteceu em frente a sede do Hotel Pestana, no Rio Vermelho. A ação contou com trabalhadores com faixas, bandeira, carro de som e distribuição de informativos sobre o assunto.