A polícia já identificou as pessoas envolvidas no assassinato da ialorixá e líder quilombola Mãe Bernadete, que foi atacada a tiros onde morava, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. A informação foi passada para a TV Bahia pelo secretário de Segurança Pública em exercício, Marcel de Oliveira, nesta quinta-feira (31), duas semanas após o crime.
"Eu posso garantir que a investigação está bem adiantada, com autorias definidas e com prováveis motivações conhecidas. No entanto, a investigação tramita em sigilo, mas pode ter certeza que a família vai ter o resultado que ela precisa e merece receber em pouco tempo", afirmou.
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Apesar de antecipar essa parte, o secretário não detalhou o resultado das investigações, para, segundo ele, não atrapalhar o decorrer da apuração. O caso é investigado pelas Polícias Civil e Federal. Até a última atualização, nenhum suspeito havia sido preso.
"A gente não pode antecipar muito para não atrapalhar as investigações, mas de fato é uma área conflagrada, que tem muitos interesses permeando. A Mãe Bernadete era uma pessoa combativa, que não se aquietava com as coisas erradas que presenciava".
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Na quarta-feira (30), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou que o assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete, e do filho dela, ocorrido em 2017, serão acompanhados pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão. O colegiado é formado pela entidade e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Além disso, o advogado David Mendez, que representa a família da líder quilombola, pediu para ser beneficiado no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) ,do Governo Federal, depois de sofrer perseguição. O esquema é o mesmo que Mãe Bernadete participava quando foi morta.
Investigação
A Polícia Civil da Bahia já havia divulgado em coletiva que investigações iniciais apontaram que as armas utilizadas no crime contra a ialorixá são de calibre 9mm, que é de uso restrito.
A casa onde aconteceu fica na Base Comunitária do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, que era liderado por Mãe Bernadete. Os netos dela, que estavam com a ialorixá e são testemunhas, contam que dois homens usando capacetes entraram no imóvel, fizeram eles reféns e fugiram levando celulares após o assassinato.
Um deles contou ainda que a líder quilombola chegou a acreditar que a ação criminosa fosse um assalto.
A suspeita inicial é de que o caso esteja ligado a tentativas de invasão e ocupação de terras na região, no entanto ainda de acordo com a polícia, não há uma linha de investigação definida. Com isso, não está descartado que as mortes na família tenham correlação. Uma equipe multidisciplinar da Polícia Civil está trabalhando na investigação do caso.
Redação iBahia
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