O Morro do Miriqui, única comunidade quilombola reconhecida pela Fundação Cultural Palmares em Ilhéus, no sul da Bahia, foi alagada pelo Rio Cachoeira, depois que ele transbordou com as fortes chuvas que atingiram a região na última semana.
Com isso, segundo o g1, as cerca de 250 famílias que moram na comunidade assistiram a área ancestral de 1.302 hectares ser tomada pela água. Casas foram invadidas e plantações ficaram destruídas.
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Os moradores perderam roupas, alimentações da dispensa coletiva, equipamentos da escolinha/creche quilombola, equipamentos da sala de áudio e vídeo do cineminha infanto-juvenil, além de móveis e eletrodomésticos.
A enchente aconteceu na última sexta--feira (2). Alguns moradores ficaram desabrigados e precisaram ir para a casa de vizinhos. Uma dessas pessoas foi Rosângela Santos. Ela tem quatro filhos entre 4 e 18 anos, e é uma das lideranças do grupo.
Assim como outras família, Rosângela Santos perdeu geladeira, televisão e outros móveis por causa da chuva. Já Marcolino Vinicius, de 28 anos, que é designer gráfico, perdeu o material que usa para trabalhar.
"Nós estávamos fazendo nossa atividade em comemoração ao dia do samba quando começou a chover. Foi uma chuva muito forte e bem rápida. Não conseguimos salvar quase nada", disse o morador.
Seis dias depois, a comunidade quilombola ainda segue preocupada, pois, não há água potável para fazer comida, hidratação e higiene pessoal.
"Nós estamos sobrevivendo de doações. Algumas pessoas que moram perto da comunidade tem doado água para fazermos as coisas mais básicas", contou Rosângela Santos.
Procurada pelo g1, a Prefeitura de Ilhéus informou que tomou conhecimento da situação e prestou auxílio social e de saúde aos moradores.
Até a noite de segunda-feira (5), Ilhéus havia contabilizado 226 desabrigados. A prefeitura do município informou que disponibilizou seis abrigos distribuídos nos bairros Banco da Vitória (local que abriga o quilombo), Salobrinho, Sambaituba, Teotônio Vilela e Vila Cachoeira.
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Alan Oliveira
Alan Oliveira
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