A cada dia, a morte do empresário Leandro Silva Troesch ganha novos capítulos e personagens. O homem, dono da pousada de luxo Paraíso Perdido, em Jaguaripe, baixo sul da Bahia, foi encontrado morto no dia 25 de fevereiro em um dos quartos do hotel. Além dele, estava no local Shirley da Silva Figueiredo, esposa do empresário e também dona do estabelecimento.
Ao depor, Shirley afirmou que o marido havia se suicidado. Segundo a esposa de Leandro, ele estava sozinho no quarto, enquanto ela tomava banho, quando atirou contra ele mesmo. No entanto, a polícia também trabalha com a hipótese de assassinato.
De acordo com o delegado Rafael Magalhães, titular da delegacia de Jaguaripe, que investiga o crime, comportamentos de Leandro e Shirley horas antes da morte fazem com que a polícia não descarte a possibilidade de assassinato.
O casal discutiu horas antes do corpo do empresário ser encontrado e ele fez uma ligação para o advogado poucos minutos antes. Outro comportamento de Shirley chamou atenção da polícia: ao ser procurada para depor novamente, ela não foi encontrada na pousada, onde deveria cumprir a prisão domiciliar. Dessa forma, a mulher é considerada foragida por ter descumprido a medida cautelar.
Testemunha assassinada
Em meio à investigação, um homem, funcionário de Leandro, foi assassinado no dia 6 de março. Ele era uma das testemunhas que a polícia pretendia ouvir novamente. Segundo o delegado Rafael Magalhães, a vítima, identificada apenas como Marcel, era amigo e "braço direito" do empresário.
"Ele era considerado uma testemunha chave da morte do Leandro, pela proximidade que tinha com a vítima. Eu ouvi ele por duas horas, mas queria ouvir mais, porque sou bastante detalhista", explicou o delegado.
Dois dias depois do crime, dois homens foram identificados como suspeitos de ter matado Marcel. Segundo a Polícia Civil, um traficante e um usurário de drogas participaram da execução da vítima.
A polícia investiga ainda se Bily, apelido de Marcel, teria relação com o tráfico de drogas e teria sido executado por este motivo. A outra linha de investigação é de queima de arquivo.
Amizade com ex-detenta
O delegado Rafael Magalhães, titular da delegacia de Jaguaribe, afirmou que Leandro não queria a ex-detenta na pousada e chegou a mandá-la embora. "Ela é perigossísima. Era uma das lideranças do Presídio Feminino de Salvador. Maqueila tem mais de 30 inquéritos e 10 processos", contou.
No entanto, a polícia ainda não sabe se ela teria envolvimento com a morte de Leandro. "Eu vou investigar pra saber se ela tem envolvimento até porque ela não se dava bem com Leo, mas eu continuo com as investigações", disse o delegado.
Maqueila responde oito inquéritos por estelionato e trabalhou na pousada, mas havia sido dispensada antes da morte do empresário
Cofre
O delegado ainda informou que três pessoas mexeram na cena do crime ao tirarem objetos como joias e dinheiro do cofre da pousada. A suspeita da polícia é que Shirley tenha ordenado a violação da cena do crime.
As três pessoas, segundo Magalhães, já foram identificadas e serão convocadas a depor. "Eles utilizaram luvas, então foram orientados por alguém", destacou o delegado em entrevista à TV Bahia nesta quinta-feira (10).
A polícia descobriu que o cofre havia sido mexido após ir ao local para realizar nova perícia. O delegado afirmou que a ação configura como alteração da cena do crime, o que pode levar as três pessoas a serem indiciadas.
Crime em 2001
A história do casal com a polícia, no entanto, começa em 2001, quando os dois foram condenados por roubo e extorsão de uma mulher em Salvador. No entanto, eles só foram presos no ano passado. Mas não ficaram muito tempo na prisão. Shirley foi solta primeiro para cumprir prisão domiciliar e dois meses depois Leandro conseguiu o mesmo direito.
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Redação iBahia
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