O "BBB21" ainda está longe do fim (termina no dia 4 de maio), mas já pode ser considerado histórico. Além dos dois maiores recordes de rejeição nas eliminações de Nego Di (98,67%) e Karol Conká (99,17%), o programa superou as metas de patrocínio e audiência, com um mês no ar completado no dia 25 de fevereiro.
De acordo com informações do UOL, o total de cotas de patrocínio do programa devem ultrapassar R$ 530 milhões, através de marcas como Americanas, PicPay, McDonald's, Avon, C&A, entre outras que já foram "temas" de provas do líder, anjo ou de imunidade até então.
Além disso, segundo a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, o reality teve a maior audiência no Rio de Janeiro e São Paulo desde a final do "BBB10" no dia da eliminação de Karol Conká, ocorrida no dia 23 de fevereiro. Como explicar essa redenção do programa, no que se refere a audiência e patrocínios?
O iBahia conversou com a publicitária, comunicóloga e professora de comunicação da ESPM, Maytê Carvalho, para tentar entender essa mudança. Para ela, a pandemia do novo coronavírus é um dos fatores que ajudou o BBB a alavancar novamente.
"Naquele momento (início da pandemia), novelas começaram a ser reprisadas por exemplo, então o BBB era a novidade, a narrativa nova, com novos vilões e mocinhos. O pensamento naquele momento era de que 'estamos ansiosos por novidade'", opinou. Vale lembrar que a vigésima edição do BBB começou antes da pandemia, mas terminou com ela já em andamento.
Sucesso da edição 20 refletiu na 21
Se o BBB21 é um sucesso, parte importante disso se deve ao BBB20. Segundo dados levantados pela própria Globo, apenas na TV por assinatura, o BBB20 teve uma audiência 145% maior do que a edição 19. As visitas a páginas da web do programa aumentaram em 147% e, no Twitter, houve 557% de publicações em menção ao reality.
Uma das grandes razões para essa reinvenção foi a escolha do elenco para a temporada que, pela primeira vez, levou pessoas famosas para dentro da casa, no chamado grupo Camarote."Eu considero que a escolha do elenco é 90% do sucesso do formato", disse Maytê.
"No reality show é diferente de novela, porque não tem roteiro. Na edição você vai contar uma história, e se não tem bons participantes para render bons personagens, você não tem nada", explicou a especialista. O formato se manteve para a edição 21 e, até o momento, as duas maiores rejeições do programa pertencem a membros do grupo Camarote.
Redes sociais
Outro fator de mudança de formato, e que ajudou o programa a alavancar, são as redes sociais. Isso exigiu que a própria Globo se reinventasse."O pay-per-view e o programa ao vivo não conseguem mais controlar a narrativa. Alguém já pegou um vídeo da casa e editou antes do editor do programa", destacou a comunicóloga.
"O telespectador participa mais de maneira bilateral, fazendo com que manifestações sejam endereçadas a Tiago Leifert", completou.
Um exemplo disso foi o surgimento do quadro "CAT BBB", protagonizado por Rafael Portugal, em que o humorista simula uma Central de Atendimento ao Cliente (neste caso, ao Telespectador), e lê e ouve mensagens mandadas pelos próprios fãs do programa, reclamando ou elogiando determinados participantes, ou até o próprio Rafael, Leifert ou Boninho. "É um programa co-criado", resume Maytê.
*sob orientação da repórter Isadora Sodré
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Redação iBahia
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