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A mula e os problemas gástricos de Dom Pedro I: veja curiosidades do 7 de setembro

Dom Pedro I em mula, problemas intestinais e papel de Leopoldina são alguns dos destaques pouco conhecidos da data

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Nathalia Amorim

07/09/2022 às 6:00 • Atualizada em 07/09/2022 às 20:30 - há XX semanas
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					A mula e os problemas gástricos de Dom Pedro I: veja curiosidades do 7 de setembro
Foto: Reprodução/Museu Paulista

O 7 de setembro, dia da Independência do Brasil, é marcado por inúmeros símbolos. Desde o emblemático quadro do artista brasileiro Pedro Américo ao grito "Independência ou Morte" dado por D. Pedro I, o imaginário brasileiro caminha pela história a partir desses registros.

Mas, nem tudo é, de fato, como contado e repassado ao longo dos anos, e a história segue com seus segredos sobre o 7 de setembro. O iBahia conversou com o historiador Rafael Dantas sobre sete curiosidades da data. Confira:

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  1. Sem cavalos e sem trajes reais

				
					A mula e os problemas gástricos de Dom Pedro I: veja curiosidades do 7 de setembro
Foto: Reprodução/Museu Imperial de Petrópolis

Por causa do quadro de Pedro Américo, acredita-se que no dia 7 de setembro, a Independência do Brasil foi deflagrada de forma suntuosa, em que D. Pedro I, à cavalo, teria trajes de cavalaria. Mas não foi bem assim.

"A imagem de Pedro I ao longo do século XIX vai passando por transformações, vai sendo construída, pincelada, é uma seleção de passado, em que, do ponto de vista imagético, estético, a representação do Imperador é colocado do ponto de vista de uma suntuosidade que não existiu naquele período", explica Rafael Dantas.

Segundo o historiador, D. Pedro I não estava a cavalo, mas sim em outro tipo de equino, como uma mula, não imponente como o retratado no quadro de Pedro Américo. Além disso, estava acompanhando de guardas e de pessoas da comitiva que não trajava aquele tipo de roupa.

"Pedro Américo, quando pinta aquele quadro, dá um grau de imponência, de destaque na história, de forma proposital, porque ele seleciona um momento específico, de importância, que é a Independência do Brasil, e coloca alegorias para dar um ar de status, suntuosidade para aquelas personalidades".

  1. Problemas gástricos

Alguns documentos e estudiosos dizem que D. Pedro I estava com "problemas intestinais" no dia da Independência.

"Claro, que essa parte não fica na história oficial. Não é narrado do ponto de vista estético dos artistas", conta o historiador. E aí, sabe lá o que aconteceu realmente nesse dia...

  1. A Independência do Brasil não foi concretizada em 7 de setembro

De acordo com o historiador, o 7 de setembro não basta por completo para narrar a história da Independência. O fato histórico foi iniciado nos anos de 1820 e concretizada com os processos vitoriosos nas províncias do norte em 1823.

"A Independência do Brasil não foi de fato concretizada, terminada, em 7 de setembro de 1822. Isso é uma data escolhida do ponto de vista político, ela é selecionada. A independência do Brasil, como um todo, foi iniciada nos anos de 1820 e foi concretizada nas províncias do norte, Bahia e outros lugares. Por isso, vale entender como o 2 de julho de 1823 é tão importante", explica.

O historiador destaca que, apesar de não ser uma curiosidade da data, é um ponto em que muitas pessoas se confundem, já que acreditam que o 7 de setembro seja a data definitiva da Independência.

"A gente precisa compreender o 7 de setembro inserido em um contexto de inúmeras disputas, tensões e participações das outras províncias no contexto brasileiro daquele período", disse Dantas.

  1. O papel de Leopoldina

				
					A mula e os problemas gástricos de Dom Pedro I: veja curiosidades do 7 de setembro
Foto: Reprodução

Leopoldina, esposa D. Pedro I foi uma personagem atuante e diplomática, no entendimento do papel de relevância do Brasil independente.

"Leopoldina era uma erudita, era uma amante das artes, uma incentivadora das artes e da cultura, e era uma personagem que assumia um papel de destaque, antes mesmo do próprio imperador Pedro I voltar para a então capital, e fazer todo o cenário enquanto representante do governo daquele período, ligado à Independência. Então, antes de Pedro I tomar uma atitude, Leopoldina estava ali, atuando a favor nessa luta para uma Independência, ao lado de José Bonifácio", relata o historiador.

5. Primeiros países a reconhecerem a Independência brasileira

De acordo com o historiador Rafael Dantas, os primeiros países a reconhecerem a Independência brasileira foram Estados Unidos, Portugal e Inglaterra. Algum palpite?

6. "Independência ou morte"?

De acordo com o historiador, a frase foi criada por apoiadores de Dom Pedro I. Não há certeza e, até os dias atuais, há uma certa incógnita em relação à frase.

Acredita-se que a frase é, na verdade, o final de uma sentença proclamada por D. Pedro I.

"Viva a Independência, a liberdade e a separação do Brasil! Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte!".

  1. Bahia saiu na frente

Assim como o 7 de setembro não é a data definitiva da Independência brasileira, é preciso destacar o fato histórico da participação baiana na batalha, que comemora a Independência do Brasil na Bahia no dia 2 de julho.

"A Bahia nesse processo tem um papel relevante de uma forma absurda. Tanto Salvador, quanto Recôncavo e Cachoeira. Inclusive, Cachoeira sai na frente proclamando o Imperador Pedro I como Imperador Perpétuo do Brasil, antes mesmo do 7 de setembro. Então, antes do 7 de setembro, a Bahia saiu na frente, como tudo na história", afirma o historiador Rafael Dantas.

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