O vendedor ambulante Jonival da Silva encontrou e devolveu uma carteira contendo R$ 400, além de documentos pessoais, ao personal trainer Darci Chaves, na última terça-feira (26) em Campo Grande. Jonival conta que voltava do trabalho quando viu o objeto no meio da rua. A quantia encontrada era exatamente o que o ambulante ganha em um mês inteiro de serviço. Diante de todo aquele dinheiro não teve dúvidas. "O que é dos outros, é dos outros. Do mesmo jeito que eu não gostaria que acontecesse comigo, também não gostaria que acontecesse com os outros", afirma. O trabalhador encontrou ainda o número de telefone do dono da carteira. Quando o personal trainer atendeu à ligação, nem acreditou na notícia. Já havia registrado boletim de ocorrência e não tinha mais esperança de reaver o dinheiro. "Esperei achar a carteira com os documentos. Quando vi o dinheiro, fiquei super emocionado", relata. Nas ruas, as pessoas afirmam que agiriam da mesma forma que Jonival. "Ser honesto é viver a verdade, e não só falar", comenta uma moradora. Para o sociólogo Silvino Areco, o que deve ser analisado é a repercussão que um ato como esse gera na sociedade. A ação, que deveria ser regra, é cada vez mais vista como exceção. "Não há uma natureza humana boa, ela se constitui nas relações da sociedade. Como nossa sociedade é muito competitiva, nos causa estranheza a devolução do dinheiro porque não é o que acontece na maioria dos casos", observa. Mas nem sempre quem perde algo tem a sorte de o objeto ser encontrado por alguém honesto. No caso de documentos e objetos de valor, a polícia orienta que a pessoa faça um boletim de ocorrência. É importante também ir até o setor de achados e perdidos, em locais públicos. No saguão da rodoviária de Campo Grande, já foram recolhidos nos últimos 30 dias dezenas de malas e roupas. Mas também há objetos no mínimo curiosos, como bicicletas, retrato de família, instrumentos musicais e até uma bengala. "Identifique sua mala, coloque o nome e o telefone. Assim a gente entra em contato", diz a supervisora do terminal, Soéli Rebelo. Outra dica importante para quem perdeu os documentos é ir até os Correios. Nas agências centrais existem listagens de achados e perdidos. Também é possível fazer a consulta pela Internet. Em Campo Grande os correios estão com quase 400 documentos. Eles permanecem na agência durante 90 dias, e se os donos não aparecerem, são enviados para os órgãos de origem. As informações são do G1.
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