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Após falha de funerária, família cava sepultura

O que era para ser o momento de despedida da família acabou se tornando uma cena constrangedora

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Redação iBahia

19/08/2016 às 9:59 • Atualizada em 01/09/2022 às 4:23 - há XX semanas
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A família da aposentada gonçalense Telma Regina Sobral, de 58 anos, que morreu após sofrer um enfarte no último domingo, vai processar o plano de assistência funeral Rio Pax. O que era para ser o momento de despedida da família acabou se tornando uma cena constrangedora, quando os próprios familiares e amigos se viram obrigados a abrir uma cova para enterrar o corpo.
De acordo com o gerente comercial Francisco Rogério Sobral da Silva, de 36, a mãe era obesa e precisava de uma cova especial, mas a funerária deu a informação errada sobre o tamanho da sepultura à administração do Cemitério municipal de Ipiiba, em Santa Isabel. Segundo ele, a falha so foi percebida na hora do enterro, na terça-feira.
— Nós vamos processá-los porque não fizeram nada para tentar nos ajudar a resolver a situação — conta Francisco: — Minha mãe já pagava pelo plano funeral há 9 anos. Não era um valor muito alto, coisa de R$ 25, mas mesmo assim tínhamos a segurança de que no pior momento de nossas vidas, teríamos uma empresa para nos ajudar.
Ainda segundo o filho da aposentada, depois de tentar vagas em outros cemitérios, a funerária informou que só teria condições de enterrar a mãe dele em Ipiiba.
— Não era nosso desejo. Queríamos que ela fosse sepultada no Cemitério de São Miguel, mas como falaram que lá o corpo dela não caberia dentro de uma gaveta, aceitamos a outra opção que nos ofereceram. Mas na hora do enterro, nossa paciência se esgotou. Primeiro, falaram que o corpo chegaria ao cemitério às 10h, mas só chegou às 11h30m. O enterro estava marcado para o meio-dia, mas só foi feito às 14h — diz Francisco.
Ele conta que só conseguiu enterrar a mãe porque alguns familiares e até os pastores da igreja de Telma se prontificaram a cavar a cova.
— Passei por um misto de vergonha e tristeza. Não queria que aquele momento fosse assim, tão conturbado. O que a gente deseja é que outras famílias não passem por isso — desabafa.
“Nosso papel não é abrir cova”
Indignada com a cena, Flávia Carvalho Braga, de 31 anos, nora da aposentada, passou a filmar os parentes abrindo a cova para que o enterro fosse concluído.
— O que me deixou mais chocada foi ver os funcionários da funerária de braços cruzados em meio ao nosso desespero. Em nenhum momento se prontificaram a nos ajudar. Afinal de contas eles foram pagos para que organizassem o enterro da melhor maneira — critica Flávia.
Funerária diz que avisou à prefeitura de que tratava-se do corpo de uma pessoa obesa.
Em entrevista ao “Mais São Gonçalo”, o representante da Rio Pax do município, Michel Willian, disse que a empresa tentou buscar outros cemitérios para enterrar a aposentada, “mas como ela era obesa, a única opção que restou foi o Cemitério de Ipiiiba”.
— Nós informamos à administração do cemitério que o corpo era de uma pessoa obesa. O erro não foi nosso. Não é nosso papel cavar a cova de ninguém. A gente só agiliza o enterro e prepara o corpo — defendeu Michel.
Já a Prefeitura de São Gonçalo afirmou, em nota, que a Rio Pax informou sobre o estado físico da aposentada, porém solicitou apenas uma sepultura: “Em nenhum momento informou que o caixão era grande”.

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